No Evangelho de Mateus (Caps. 5-7), encontramos um dos mais importantes discursos de Jesus, conhecido como o Sermão do Monte ou da Montanha. Nele o mestre revela princípios importantes de conduta do Reino de Deus, para os salvos em Cristo.
É chamado Sermão do Monte, porque todo o discurso foi feito em um Monte próximo de Cafarnaum, não só aos discípulos, mas a uma grande multidão. Isso demonstra, que o sermão do monte é para todo aquele que crê em Jesus.
Em seu discurso, Jesus expõe os princípios éticos e morais do Reino de Deus, como norma e principal característica dos seus súditos.
Ao abordar a Lei de Moisés, Jesus também faz uma distinção entre a Antiga Aliança e a Lei da Graça.
O sermão do monte pode ser dividido em sete seções.
A) As Bem Aventuranças;
B) Cristo, o cumprimento da Lei;
C) O Salvo como sal e Luz do mundo;
D) A forma discreta de fazermos o bem e buscarmos a Deus;
E) A prioridade do Reino de Deus;
F) O cuidado com o julgamento temerário;
G) A identificação dos falsos profetas e;
H) A importância de obedecermos as palavras de Jesus.
AS BEM AVENTURANÇAS.
Em resumo, as Bem Aventuranças, são características que só os súditos do Reino dos Céus possuem. Que são evidências do novo nascimento, operado pelo Espírito Santo de Deus, na vida dos que crêem em Jesus Cristo.
Ao expor as Bem Aventuranças, Jesus nos revela que os súditos do Reino de Deus, são diferentes das pessoas dos reinos deste mundo e são conhecidos pelas suas virtudes e obediência à lei de Cristo. A obediência a sua Palavra, produz em nós a verdadeira felicidade.
As Bem Aventuranças são: Humildade (Mt 5.3); Contrição (Mt 5.4); Mansidão (Mt 5.5); Retidão (Mt 5.6); Misericórdia (Mt 5.7); Santidade (Mt 5.8); Paz (Mt 5.9); e Fidelidade (Mt 5.10).
Todas as bem-aventuranças resultam em uma recompensa.
CRISTO, O CUMPRIMENTO DA LEI.
Ao discursar para a multidão no monte, Jesus, simbolicamente, faz uma referência ao monte Sinai, onde Deus deu à nação de Israel sua Lei, por meio de Moisés. Agora, Deus novamente dá ao seu povo uma nova lei, não mais por intermédio de Moisés, mas por meio de seu próprio Filho. Agostinho de hipona sobre isso também assim escreveu:
"Se me perguntarem o que significa esse monte, responderei que pode muito bem representar a superioridade dos preceitos da nova justiça em comparação com a antiga lei judaica. O único e mesmo Deus adaptou-se muito bem ao ordenado curso dos tempos. Por meio de santos profetas e fiéis servidores, deu preceitos menos perfeitos ao povo que convinha ainda sujeitar pelo temor. E por meio de seu Filho, deu outros preceitos muito mais perfeitos ao povo que ele queria libertar pela caridade" (HIPONA Santo A. Patrísticos: O sermão da montanha e escritos de fé, Pág. 21).
CRISTO, O FIM DA LEI.
Quando Jesus disse que não veio abolir a Lei e nem os profetas (Mt 5.17), precisamos entender esse texto, dentro do contexto que Jesus estava falando, pois até aquele momento, de fato, Ele ainda não havia cumprido toda a Lei. Isso só aconteceu com a sua morte na cruz, então, ao cumprir a Lei, foi necessário estabelecer uma Nova Aliança por meio do seu sangue, anunciado anteriormente, pelos santos Profetas.
Por tanto, no Reino de Deus, não há mais lugar para o Antigo Pacto, pois está findou em Cristo (Cl 2.16,17; Ef 2:15; Rm 10.4). Recebemos uma Excelente e Nova Aliança, onde o mediador é Cristo, nosso Senhor (Hb 8:6-13).
Então deixo aqui um alerta. Muito cuidado ao ler os livros do Antigo Testamento, sem a luz e a interpretação do Novo Testamento, pois muitos tem anulado a obra de Jesus Cristo na Cruz, por não compreenderem que a Antiga Aliança foi dada a Israel e a Nova Aliança foi dada a Igreja, a noiva do Cordeiro.
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