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Quem é a mulher de Apocalipse 12?




INTRODUÇÃO 

   Ao lermos o capítulo 12 do livro de Apocalipse, nos deparamos com a figura de uma mulher. Ela é descrita vestida de sol, com a lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre sua cabeça. Alguns acreditam que ela representa a Maria, mãe de Jesus Cristo, devido à sua posição proeminente na tradição cristã, principalmente no catolicismo. Outros veem essa mulher como uma representação da igreja cristã, mas ao analisarmos o capítulo 12 de Apocalipse veremos que esta mulher é uma representação simbólica da nação de Israel, como veremos a seguir.


POR QUE A MULHER DE APOCALIPSE 12 NÃO É MARIA, A MÃE DE JESUS?

     O livro de Apocalipse é um livro profético, onde o autor emprega símbolos e figuras para transmitir a sua mensagem, como é o caso do capítulo 12. Ao analisarmos o contexto deste capítulo veremos que toda a sua linguagem é simbólica e não literal.

Logo no início do capítulo o autor descreve um grande sinal no céu, o que lhe deixou maravilhado, o sinal era "uma mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre sua cabeça" (Ap 12.1). É importante ressaltar que o autor em nenhum momento identifica essa mulher como Maria, a mãe de Jesus. Já que João, o autor do livro, era consciente da identidade da mãe de nosso Salvador. Em segundo lugar, não existe em nenhuma parte das Escrituras um texto que sirva de base para o ensinamento que Maria, como Jesus, subiu aos céus e que aparece aqui no capítulo doze do livro de Apocalipse, glorificada. Então a narrativa que Maria seria essa mulher, não passa de um argumento falacioso e sem base bíblica.


POR QUE A MULHER DE APOCALIPSE TAMBÉM NÃO É A IGREJA?

   Na Bíblia, tanto a nação de Israel quanto a igreja de Cristo são simbolicamente retratadas como uma mulher. No Antigo Testamento, os profetas usavam frequentemente a figura da mulher para se referirem à nação de Israel. Por exemplo, em Isaías 54:5, Israel é descrita como uma esposa, e Deus como seu marido. No livro de Oséias, o profeta é instruído a se casar com uma mulher infiel, que representa a infidelidade de Israel para com Deus. Outra passagem que ilustra a nação de Israel como uma mulher está em Jeremias 3:14, onde Deus chama Israel de "esposa infiel" e os convida a retornar a Ele, prometendo restaurar seu relacionamento e conduzi-los de volta à Sua presença.

Da mesma forma, no Novo Testamento, a igreja de Cristo é representada como a noiva de Cristo. Em Efésios 5:25-27, o apóstolo Paulo compara o amor de Cristo pela igreja ao amor de um marido por sua esposa, enfatizando a entrega sacrificial de Cristo para purificar e santificar a igreja, a fim de apresentá-la como uma noiva gloriosa e imaculada.

Contudo, é crucial observar que a visão de João contém detalhes que claramente se referem à nação de Israel, e não à igreja. Além da simbologia que aponta para Israel, o fato de Jesus ter vindo dos judeus fortalece esse argumento. O próprio Jesus afirmou à mulher samaritana que a salvação vem dos judeus, indicando que foi por meio do povo judeu que o Filho de Deus veio ao mundo, e não através da igreja (Jo 4.22). 

A compreensão da relação entre Cristo e a Igreja é essencial para uma teologia coerente e bíblica. Assim como Adão foi criado primeiro e Eva foi formada a partir de sua costela, Cristo, o segundo Adão, precede a Igreja, que foi gerada pela Sua obra redentora. Essa analogia entre a criação do primeiro homem e da mulher e a relação entre Cristo e a Igreja ajuda a esclarecer que a Igreja não gerou Cristo, mas, ao contrário, foi fruto de Sua obra salvífica.Cristo, sendo eterno, não surgiu a partir da Igreja, mas a Igreja foi estabelecida como resultado do Seu sacrifício, unindo todos os que creem nEle em um corpo espiritual. A Igreja é descrita nas Escrituras como o corpo de Cristo, do qual Ele é a cabeça, demonstrando a ordem e a autoridade divina. Jesus é o fundamento da Igreja, e ela se mantém firmada em Sua pessoa e obra.

Dessa forna, reconhecer a precedência de Cristo em relação à igreja é, portanto, essencial para compreender a mensagem da visão de João no capítulo 12 de Apocalipse.


 "A MULHER ENVOLTA EM LUZ" 

   Através das palavras de João, podemos deduzir que a visão descrita retratava uma mulher radiante, como se estivesse envolta pela brilhante intensidade do sol. Essa resplandecência pode ser atribuída à presença gloriosa da criança em seu ventre, simbolizando Jesus de Nazaré, que nasceu e, após cumprir sua missão, ascendeu aos céus. 

No livro de Lucas, capítulo 1, versículos 78 e 79, Zacarias profetizou com as seguintes palavras: "Por meio da infinita misericórdia de nosso Deus, a aurora brilhará sobre nós lá do alto, para iluminar aqueles que estão nas trevas e na sombra da morte, e guiar nossos passos no caminho da paz". Essa profecia faz alusão à chegada de Jesus, a luz que iluminaria aqueles que viviam na escuridão espiritual e ofereceria orientação no caminho da paz.

Posteriormente, Jesus afirmou a respeito de si mesmo: "Eu sou a luz do mundo". Essa afirmação representa a sua natureza divina e a sua missão de trazer iluminação espiritual para a humanidade. Assim como o sol irradia luz e dissipa as trevas, Jesus veio ao mundo para trazer a verdade, a vida e a esperança, guiando aqueles que o seguem no caminho da salvação e da reconciliação com Deus.

A metáfora da luz é recorrente nas escrituras sagradas, representando a presença de Deus, a verdade, o conhecimento divino e a revelação espiritual. Jesus é retratado como a personificação dessa luz, que brilha sobre a humanidade, dissipando a escuridão do pecado e conduzindo as pessoas à paz e à redenção. Ao reconhecer Jesus como a luz do mundo, somos convidados a segui-lo, permitindo que sua luz ilumine nossas vidas e nos guie em direção à eternidade. 

O FILHO VARÃO: O REI PROMETIDO QUE GOVERNARÁ COM CETRO DE FERRO

    A visão registrada por João no livro de Apocalipse revela um dos momentos mais emblemáticos da história redentora: o nascimento do Filho Varão (Apocalipse 12:5). A mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas, representa o povo de Israel — o canal pelo qual Deus trouxe ao mundo o Salvador. E o Filho Varão que nasce é, sem dúvida, uma referência direta ao Senhor Jesus Cristo. 

“E deu à luz um filho varão, que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.”(Ap 12:5)

Essa profecia ecoa os salmos messiânicos do Antigo Testamento, em especial o Salmo 2, onde Deus declara:

“Tu os quebrarás com vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.” (Sl 2:9)

Essa promessa aponta para o reinado futuro de Cristo, quando Ele retornará em glória para estabelecer Seu Reino milenar na Terra. A primeira vinda do Filho Varão foi marcada pela humildade e pela cruz; mas a segunda será marcada por poder, autoridade e justiça. Ele não virá mais como servo sofredor, mas como o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apocalipse 19:16).

No livro de Apocalipse, essa autoridade de reger as nações também é compartilhada com os que vencerem com Cristo:

“E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações. E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai.” (Ap 2:26-27)

Portanto, o Filho Varão é mais do que um símbolo; é a realidade do Messias prometido, o Cristo que nasceu de Israel, venceu a morte, ascendeu ao trono de Deus e voltará para reinar com justiça. Ele é a consumação de todas as promessas feitas desde o Éden, passando por Abraão, Davi e os profetas. Ele é o cumprimento da esperança messiânica que atravessa toda a Escritura.

A expectativa do retorno de Cristo é o combustível da fé da Igreja. O Filho Varão reinará com cetro de ferro, e nenhuma injustiça, impiedade ou rebelião subsistirá diante d’Ele. O governo que o mundo nunca conseguiu estabelecer, de paz verdadeira, justiça plena e santidade, será finalmente implantado por Aquele que é digno.

“O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.” (Ap 11:15)

"A LUA SOBRE SEUS PÉS".

A lua tem um significado especial na cultura e na tradição da nação de Israel. De fato, em várias passagens proféticas do Antigo Testamento, a lua é mencionada como um sinal de eventos cósmicos associados ao fim dos tempos. Um exemplo disso é encontrado no livro de Joel, onde é dito que a lua se transformará em sangue antes do grande e terrível Dia do Senhor (Joel 2:31).

Além disso, a lua desempenha um papel importante no calendário e na observância religiosa judaica. O judaísmo segue um calendário baseado no ciclo lunar, e as festividades e observância religiosas são determinadas de acordo com esse calendário. As datas sagradas, como Rosh Hashaná (Ano Novo Judaico) e Yom Kipur (Dia do Perdão), são determinadas com base nas fases da lua.

A referência à lua também é encontrada no Salmo 89:36-37, onde se fala sobre o reinado duradouro do Messias, comparando-o com a lua: "A sua semente durará para sempre, e o seu trono, como o sol diante de mim. Será estabelecido para sempre como a lua, e a testemunha no céu é fiel."

Essas referências bíblicas e o uso da lua como um indicador de tempo e um símbolo profético destacam a importância e a conexão da lua com a nação de Israel. Ela serve como um lembrete constante de eventos cósmicos futuros e do papel central que Israel desempenha nos planos divinos. A lua é tanto um sinal dos tempos quanto um símbolo da promessa do reinado eterno do Messias.

"UMA COROA DE DOZE ESTRELAS SOBRE SUA CABEÇA" 

Essa representação possui um simbolismo rico e profundo que está intrinsecamente ligado à nação de Israel. Por exemplo: em Gênesis 15. 5, Deus diz a Abraão, de que sua descendência seria tão numerosa quanto as estrelas do céu, e Gênesis 37. 9, no sonho de José, as onze estrelas representam seus irmãos, simbolizando as doze tribos de Israel, que eventualmente se formaram a partir deles. Essas referências bíblicas ilustram claramente a relação simbólica das doze estrelas com as doze tribos de Israel.

Embora a representação comum seja de doze estrelas como uma auréola em volta de uma mulher, é importante destacar que o texto menciona especificamente uma coroa com doze estrelas. Ao estarem unidas em forma de coroa, essas doze estrelas representam a promessa de que o Messias reinará sobre toda a casa de Israel, conforme ensinado na Sagrada Escritura. Essa coroa simboliza o poder e a autoridade do Messias sobre o povo escolhido de Deus, evidenciando sua posição como Rei dos reis. É um sinal de esperança e cumprimento das promessas divinas, um lembrete do cuidado e amor de Deus pelo seu povo ao longo da história.

Portanto, essa imagem da coroa de doze estrelas sobre a cabeça tem um profundo significado espiritual e histórico, representando a ligação indissolúvel entre Deus e a nação de Israel. Ela nos lembra da fidelidade de Deus em cumprir suas promessas e nos oferece uma visão da soberania do Messias, que reinará sobre toda a casa de Israel, trazendo paz, justiça e redenção para o seu povo. 

A intensa perseguição do Dragão e a fuga da mulher para o deserto.

Outro fator crucial para a nossa compreensão apresentado no texto é a fuga da mulher para o deserto em meio à intensa perseguição do Dragão, reforçando a interpretação de que essa mulher representa Israel, e não a Igreja.

No texto, após a derrota do Dragão e de seus anjos, ele se volta contra a mulher, que é miraculosamente salva e protegida no deserto. Mesmo com as múltiplas investidas do Dragão, ela permanecerá segura durante um período que simboliza a grande tribulação, prevista para durar três anos e meio.

Embora este evento aponte para o futuro, a luta espiritual e física pela sobrevivência de Israel como nação é um tema recorrente na história, desde a sua formação até os dias atuais. Essas constantes ameaças e conflitos podem ser vistos como parte do esforço do Dragão, que simboliza as forças malignas, em tentar destruir o plano de Deus para Israel. No entanto, a promessa de proteção e salvação divina permanece firme, culminando na gloriosa vinda de Jesus, que trará redenção completa ao povo de Israel e estabelecerá Seu reino eterno. Este cenário reflete a fidelidade de Deus às Suas promessas, mesmo diante das mais ferozes adversidades.

O texto também diz que  a mulher recebeu "duas asas de grande águia" para fugir para o deserto, onde é protegida da vista do Dragão, simboliza a proteção divina e o cuidado contínuo de Deus sobre Israel, assim como ocorreu na história da redenção do povo judeu. Esta imagem faz uma conexão direta com Êxodo 19:4, onde Deus diz: 

"Vocês viram o que fiz ao Egito, e como os trouxe a mim sobre asas de águia e os conduzi." 

Dessa forma, a figura da mulher, perseguida mas miraculosamente preservada, se alinha mais com o povo de Israel e sua trajetória histórica e profética, em vez de representar a Igreja. 

O deserto, neste contexto, representa um lugar de proteção e provisão divina, longe do alcance do Dragão, reforçando a ideia de que Deus mantém Israel seguro até a consumação dos tempos. Hoje, Israel é uma nação forte, com muitos aliados, e sobretudo com a promessa de salvação futura, quando reconhecerão Jesus como o verdadeiro Messias. 

Quem são os descendentes da mulher?

A mulher descrita no Apocalipse representa Israel, o povo escolhido de Deus, que deu à luz o Messias, Jesus Cristo. No entanto, os descendentes dessa mulher, mencionados em Apocalipse 12:17, não são apenas os descendentes físicos de Abraão, mas sim aqueles que compartilham da fé em Cristo. O apóstolo Paulo, em sua carta aos Romanos, destaca que "nem todos os descendentes de Israel são Israel", mas sim aqueles que são filhos da promessa, ou seja, os que vivem pela fé (Rm 9.6-8).

Esses descendentes são os cristãos fiéis, aqueles que, independentemente de sua origem étnica, colocaram sua confiança em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. Em Gálatas 3:7, Paulo reforça essa verdade, afirmando que "os da fé é que são filhos de Abraão". Portanto, a verdadeira descendência da mulher é composta por aqueles que foram regenerados pela fé em Cristo e que agora fazem parte do povo de Deus.

Durante a Grande Tribulação, esses descendentes serão alvo da fúria do dragão, Satanás, que os perseguirá com grande intensidade. No entanto, eles vencerão, não por sua própria força, mas "pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte" (Ap. 12:11). Esse versículo revela o coração dos descendentes da mulher: uma fé inabalável em Cristo e uma devoção que coloca o amor a Deus acima de tudo, até mesmo da própria vida.

Esses crentes vencerão porque amam a Deus mais do que a própria vida, dispostos a enfrentar a perseguição e até a morte por amor a Cristo, demonstrando uma fé inabalável e uma devoção total ao Senhor. A vitória deles não está na força física, mas na fidelidade a Deus e na confiança no sacrifício redentor de Jesus.

Assim, os descendentes da mulher são aqueles que, através da fé, se tornam parte da família de Deus, vivendo em obediência e amor a Ele, mesmo diante das maiores adversidades. 




A Marca da Besta





O que é a marca da besta? Será uma marca literal ou simbólica? 


Abordar os assuntos proféticos da Bíblia sempre foram um grande desafio. Ainda mais se tratando do livro de Apocalipse. 

Nele está registrado os assuntos mais debatidos de toda a Bíblia, chamando a atenção, até mesmo daqueles que não professam a fé cristã. 

Entre os muitos assuntos obscuros do livro de Apocalipse, esta a marca da besta e uma série de questões que envolve o seu significado.

Nesse artigo procuro apresentar como este assunto foi entendido no decorrer da história da igreja até os dias atuais. Na tentativa de compreendermos a mensagem por trás dos escritos de João.

>>CONHEÇA QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS ESCOLAS DE INTERPRETAÇÃO DO LIVRO DE APOCALIPSE<<


O CULTO IMPERIAL DE ROMA E A MARCA DA BESTA

Olhando para o passado, na época em que o livro de Apocalipse foi escrito. Muitos atribuem a marca da besta, a antiga Roma pagã e ao culto imperial. Que se tornou a principal forma se demonstração de lealdade dos súditos de Roma aos imperadores.

Os únicos isentos de cumprirem esse decreto foram os judeus, enquanto os cristãos foram duramente perseguidos. Diante das constantes ameaças, muitos cristãos foram mortos, e outros foram obrigados abandonarem a fé cristã. 

O culto imperial tinha como objetivo tanto cultuar os imperadores, quanto os seus deuses. Dessa forma, quem não obedecesse tal decreto, era considerado inimigo de Roma. 

Então, seguindo esse raciocínio, a besta, poderia ser tanto um imperador, como também, o próprio império Romano. Todavia, é difícil dizer ao certo, como a marca da besta estaria associada ao culto imperial.

Em um tempo onde se adoravam muitos deuses, marcar o corpo era uma prática  comum, como sinal de devoção e serviço a algum deus. Então, não era difícil encontrar alguém com alguma marca andando pelas ruas naqueles dias. 

No entanto, acredita-se, que alguém recebia a marca da besta, quando aceitava a ideologia pagã do império Romano (marca na fronte) e praticavam o culto imperial imposto por Roma (marca na mão). Portanto, a marca da besta poderia ser entendido como algo simbólico, em vez de literal.

O PAPA E A MARCA DA BESTA

Com a união da igreja e o estado por Constantino,  o Papa e a igreja católica passaram a preencher os requisitos do antigo sistema pagão do império Romano. Sendo considerado portanto, pelos reformadores protestantes, como a besta descrita no capítulo 13 de Apocalipse. Os principais defensores dessa linha de interpretação são os amilenistas historicistas.

Portanto, por meio da interpretação simbólica, muitos afirmam que a marca da besta seria a aceitação e o trabalho para a expansão do sistema idólatra imposto pela igreja católica durante esses longos anos de ascensão ao poder e não uma marca literal ou física.

Para os Adventista do Sétimo Dia, a Besta de Apocalipse 13 é o sistema papal romano que nos últimos dias, irá instituir o Domingo como o dia de adoração; desta forma, o domingo será a marca da Besta, enquanto o Sábado será a marca de Deus.

OS BLOCOS ECONÔMICOS MUNDIAIS E A MARCA DA BESTA.

A terceira linha de interpretação, sugere que a besta será formada pela união dos países mais ricos do mundo, que centralizarão o poder político, econômico e militar para criar um único governo mundial com um líder e uma religião única. Isso pode resultar em um sincretismo religioso, no qual o governo mundial e seu representante serão o principal objeto de adoração, e com tantos avanços tecnológicos, é possível que a marca da besta seja um dispositivo implantado no corpo humano, capaz de armazenar informações pessoais e bancárias e controlar a compra e venda de produtos, como um microchips ou um Qrcodes. No entanto a verdade é que só saberemos de fato o que é a marca da besta, quando o Anticristo se revelar.

Todavia, independente de como ou o que pode ser a  marca da besta, o alerta de Deus para o seu povo é: "...Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na fronte, ou na mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se acha preparado sem mistura, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, nem aquele que recebe o sinal do seu nome" (Ap 14.9-11).

Paz seja convosco!


Métodos de interpretação do Livro de Apocalipse.





Considerado um dos mais difíceis livros da Bíblia para se interpretar, o livro de Apocalipse desperta curiosidades e temor, por boa parte dos seus leitores. 

É um livro profético, que contém uma linguagem textual marcada por figuras e símbolos, o que dificulta a compreensão de alguns assuntos apresentados pelo autor.

Por isso, diversos método de interpretação, tem surgido, no decorrer da história da igreja, o que veremos a seguir. 

Já de antemão, podemos dizer que cada método apresenta uma abordagem diferente da outra, o Preterismo, interpreta o Livro de Apocalipse olhando o passado, o Futurismo olhando o futuro, o Historicismo o presente e o Idealismo é atemporal, isto é, as profecias do Apocalipse não estão ligados a eventos históricos, por isso precisa ser entendido, apenas de maneira simbólica ou espiritual.


MÉTODO PRETERISTA

Preterismo é uma palavra que vem do latim, "Preter" que significa, passado.

Surgiu no ano de 1547, tendo como autor John Hentenius, no entanto, ganhou destaque depois que um jesuíta português, conhecido como Luís de Alcazar, que viveu entre 1554 a 1613, expôs sistematicamente a visão preterista, ao escrever um comentário de noventa páginas do livro de Apocalipse, entitulado "Investigação do Sentindo Oculto do Apocalipse" (em latim Vestigatio arcani sensus em Apocalypsi), com o objetivo de defender a Igreja Católica e o Papa, das intensas acusações dos protestantes que o acusavam de ser o Anticristo e a Igreja católica, a grande Babilônia de Apocalipse.

 O que agradou a igreja católica, beneficiando-a no debate com o método historicista protestante.

Em resumo Alcasar defendeu que: 

A) Apocalipse 4-11, trata da perseguição judaica contra os cristãos primitivos e da ruina da nação judaica. 

B) Apocalipse 12-19, resume a fundação da Igreja, a queda da Roma pagã, e a conversão do império ao cristianismo. Por isso, a Roma pagã é a besta, e Constantino é o anjo que prende Satanás, e;

C) O Milênio começou no reino de constantino e se estenderá até à vinda do Anticristo; e a Nova Jerusalém é a Igreja Católica Romana. 

Como o Preterismo chegou nas igrejas protestante

No meio protestante o Preterismo foi primeiro aceito por Hugo Grotius, protestante holandês e depois pelo inglês Henry Hammond (1653), simpatizante dos escritos de Grotius que procurava aproximar católicos e protestante, afim de amenizar os conflitos existentes entre os dois lados.

Apesar de outros escritores ingleses seguirem uma linha de pensamento interpretativo parecido com a visão preterista, de algumas profecias bíblicas, só em em 1730, os pilares deste método foram finalmente concluídos, graças ao francês protestante chamado Firmin Abauz.

A obra preterista mais antiga dos EUA, se chama "O Segundo Advento do Senhor Jesus Cristo: Um Evento Passado" , escrito por Robert Townley, em 1845. 

Preteristas Moderados e Radicais

O Preterismo esta dividindo em dois grupo: 

a) Preterismo Moderado ou parcial e,

b) Preterismo Radical (ou Hiperpreterismo), também chamado de Preterismo pleno.

A principal diferença entre essas duas correntes, consiste no fato do Preterismo Moderado, crer que algumas profecias de Apocalipse, ainda vão se cumprir, como a segunda vinda de Jesus, a ressurreição dos mortos, e o juízo final.  

Segundo seus defensores as profecias do livro de Apocalipse foram cumpridas até Apocalipse 19.

Já o Preterismo Radical, defende que tudo já se cumpriu com a destruição de Jerusalém (70 d.C), e depois na queda do Império Romano. 

São tão extremos em seu modo de pensar, que até negam a segunda vinda de Jesus, e que o livro de Apocalipse tenha alguma mensagem que possa ser aplicada à igreja nos dias de hoje.

Em resumo, segundo o Preterismo, o livro de Apocalipse não aponta para o futuro, mas segue o contexto histórico em que foi escrito, cujo o propósito era fortalecer e encorajar a igreja do primeiro século, seguindo esse ponto de vista, o Preterismo nega o caráter profético do livro de Apocalipse.

Apesar de alguns preterista moderados se dobrarem a eventos que ainda não aconteceram do livro de Apocalipse, o outro grupo, os preteristas radicais, são heréticos pois negam importantes fundamentos da nossa fé cristã e a esperança gloriosa da segunda vinda de Jesus e o nosso encontro com Ele nas nuvens.

MÉTODO FUTURISTA 

Esse método era a visão escatológica primordial dos primeiros pais da igreja. 

Diversos registros históricos revelam que do primeiro até o segundo século da igreja, nenhum dos pais da igreja discordaram da crença de um reinado visível de Cristo em glória na Terra, com os santos ressuscitados, por mil anos, antes da segunda ressurreição e do julgamento.

Bispos como Aristio, João o Presbítero, Clemente de Roma, Barnabé, Hermas, Inácio, Policarpo, Papias, Potino, Justino Mártir, Melito, Hegisippus, Taciano, Irineu, Tertuliano e Hipólito, defendiam uma das confissões mais antiga da igreja primitiva, a crença no milênio literal. 

Sem dúvida, eles foram as primeiras vozes da visão escatológica que ficou conhecida como Pré-milenismo.

COMO SURGIU O AMILENISMO.

Entre o terceiro e quarto século da igreja, influenciados pela filosofia grega, a visão futurista Pré-milenista, meio que foi deixada de lado, com a chegada do método alegórico de interpretação das Escrituras. 

O método alegórico teve origem em Alexandria, e o primeiro a defender esse ponto de vista foi Clemente de Alexandria (150-215 d.C), depois seu discípulo Orígenes (185-254 d.C.) e outros, que influenciados pela hermenêutica alegórica e filosofia grega (dualismo platônico), reinterpretaram as profecias bíblicas como uma realidade espiritual e não algo literal como ensinavam os pais da igreja do primeiro século.

Seguindo a influência filosófica dos seus antecessores Alexandrinos, Agostinho de Hipona, também contribuiu com o detrimento da visão futurista na idade média, ao desenvolver sistematicamente o Amilenismo, passando a ensinar o oposto do Pré-milenismo.

Segundo Agostinho, o milênio apontava para a história da igreja na terra, e não como um reinado físico e literal de Jesus na terra com duração de mil anos.

Tal sistema foi bem aceito pela igreja Católica, ao ponto de na Idade Média, o milenismo futurista ser quase extinto pelos teólogos católicos, que promoviam  o seu sistema religioso, afirmando que o reino messiânico do qual a Bíblia falava, havia se cumprido com o surgimento do governo dos pontífices da Igreja Católica Apostólica Romana.

POR QUE ALGUNS PROTESTANTES  NÃO ACEITAM O MÉTODO FUTURÍSTICO?

A principal razão foi o comentário de 500 páginas do livro de Apocalipse, entitulado "In Sacrum Beati Ioannis Apostoli, & Evangelistia e Apocalypsin Commentarii", escrito por um teólogo jesuíta, chamado Francisco Ribera (1537-1591). 

Que apresentou uma interpretação Futurista parcial do livro de Apocalipse.

Conforme escreveu Ribeira, os primeiros capítulos de Apocalipse se referiam a profecias que já se cumpriram no passado, e o restante se referia a três anos e meio literais no final dos tempos, onde o  Anticristo seria um Judeu e não o Papa.

Os escritos de Ribeira foi contestados pelos protestantes, que entenderam seu posicionamento como uma forma de defender a igreja católica das acusações feitas pelos teólogos historicistas reformados, que identificavam o Papa, com o Anticristo do livro de Apocalipse.

Assim, a visão futurista foi rejeitada pelas primeiras igrejas protestantes, que seguem a linha de interpretação historicistas, uma herança da Reforma Protestante.

ORIGEM DO DISPENSACIONALISMO

Em 1790, Manuel De Lacunza (1731-1801), um teólogo Jesuíta espanhol, escreve uma importante obra seguindo a visão futurista, entitulada, A Vinda do Messias em Majestade e Glória.

Apesar dos esforços de Lacunza, sua obra foi duramente combatida pela Inquisição da Igreja Católica, que não compactuava com a sua visão escatológica. Motivo talvez, pelo qual ele tenha usado um pseudônimo de rabino Juan Josaphat Ben-Ezra no seu livro.

No entanto, sua obra ganhou destaque entre os protestantes, depois que foi traduzido para o inglês, graças ao reverendo Edward Irving, fundador da Igreja Católica Apostólica de Londres.

Sua visão escatológica, contribuiu para o surgimento do Dispensacionalismo de Jhon Darby e  Cyrus Ingerson Scofield (1843-1921). Que se tornou muito popular no século 19.

Foi graças ao Dispensacionismo, que o método futuristico voltou a ser aceito pela maioria das igrejas evangélicas até os dias de hoje.

Dessa forma podemos dividir os futuristas em dois grupos.

A) Os Pré-milenistas Clássicos, e;

B) Os Dispensacionalistas.

Ambos crêem no Milênio literal, a diferença esta na ordem dos eventos futuros que antecedem o Milênio. Por exemplo:

A) Os Pré-Milenistas crêem que não haverá duas fases distintas na vinda de Jesus e que a igreja passará sim, pela grande tribulação ou pelo menos metade dela.

B) Já  os Dispensacionalistas crêem que Jesus virá em duas fases distintas e que a igreja não passará pela grande tribulação.


MÉTODO HISTORICISTA

Como o próprio nome já diz, é o método que interpreta o livro de Apocalipse, ligando suas profecias com os eventos que surgem no decorrer da história da igreja cristã. 

Para os historicistas muitas das profecias bíblicas, já se cumpriram, algumas estão se cumprindo e outras irão se cumprir. 

Seguindo esse método de interpretação, o livro de Apocalipse é apresentado como uma fonte de conhecimento prévio da história da igreja e dos eventos que antecedem a segunda vinda de Jesus.

ORIGEM

O primeiro documento que expõe o método historicista, é atribuído ao Bispo Vitorino de Pettau (270-303 d.c). Seu trabalho consiste em um breve comentário sobre o livro de Apocalipse. Boa parte de seus pensamentos ainda são mantido dentro de alguns círculos de estudo historicistas.

Aparentemente, Vitorino seguia a mesma linha de interpretação alegórica das profecias bíblicas, de seu contemporânea, Orígenes, e por isso passou também a condenar os pré-milenistas. 

Suas obras, foram condenadas pelo Decreto Papal Gelassiano (Decretum Gelassianum: de libris recipiendis et non recipiendis), e boa parte de seus escritos se perderam com o tempo, exceto o Comentário sobre o livro de Apocalipse e um tratado sobre a criação do mundo.

A REFORMA PROTESTANTE

Com a chegada da Reforma Protestante no século XVI, o método historicista foi bem aceito e desenvolvidos pelos teólogos protestantes.

Que viam nesse método, uma ótima forma para atacarem o sistema papal da Igreja Católica Apostólica Romana, visão que pendurou logos anos na história das igrejas protestantes, até a chegada do Dispensacionalismo. 

Martinho Lutero, João Calvino, Thomas Cranmer, John Thomas, John Knox e Cotton Mather, foram defensores ferrenhos dessa linha de interpretação.

Conforme as mudanças que surgiram no cenário mundial, novas interpretações também surgiram, mas com o mesmo padrão dos métodos históricos anteriores, onde o Papa é o anticristo, o Vaticano é a Babilônia e igreja católica é a igreja apóstata dos últimos dias.

MOVIMENTOS QUE SURGIRAM APARTIR DO MÉTODO HISTÓRICO.

Usando o método historicista, muitos já tentam prever a data do fim do mundo. Como o americano, William Miller, da Igreja Batista, que propôs que o fim do mundo ocorreria em 22 de outubro de 1844, com base em um modelo historicista usado com Daniel 8:14. Movimento que ficou conhecido como Millerismo. 

Após o Grande Desapontamento, diversos grupos de estudos das profecias bíblicas, surgiram, seguindo o modelo historicista. Como os Adventista do Sétimo Dia e os Testemunhas de Jeová.

O método histórico enfraqueceu na metade do século 19, quando o método interpretação literalista, passou a ganhar notoriedade nos estudos das profecias bíblicas, dando origem ao pré-milenismo Dispensacionalista.  

Mas ainda hoje, o método histórico é mantido nas igrejas reformadas e grupos como os Adventistas e os Testemunhas de Jeová.

MÉTODO IDEALISTA 

O método de interpretação idealista busca compreender e interpretar o significado do livro de maneira simbólica e alegórica. Ao contrário de uma interpretação literal ou histórica, os idealistas veem o Apocalipse como uma narrativa cheia de símbolos e imagens que representam princípios espirituais e verdades universais.

Os idealistas acreditam que o propósito do Apocalipse é transmitir uma mensagem espiritual profunda e atemporal, em vez de predizer eventos específicos no futuro. Eles entendem que o livro retrata a batalha entre o bem e o mal, apresentando uma visão panorâmica das lutas espirituais enfrentadas pelos seguidores de Cristo em qualquer período histórico.

Na interpretação idealista, os símbolos e as imagens presentes no Apocalipse são entendidos como representações abstratas de verdades espirituais e princípios morais. Em vez de interpretar esses símbolos de forma literal, eles são vistos como veículos para comunicar mensagens espirituais mais profundas e universais.

Uma das principais ênfases do método idealista é destacar a vitória de Cristo sobre as forças do mal. Os idealistas veem o Apocalipse como uma narrativa que culmina na derrota final do mal e no estabelecimento do reino eterno de Deus. Eles acreditam que o livro oferece encorajamento e esperança aos cristãos, lembrando-os de que, apesar das tribulações e desafios, a vitória final pertence a Cristo.

Ao adotar o método idealista, os estudiosos do Apocalipse buscam entender a mensagem espiritual e teológica subjacente ao livro. Eles exploram os símbolos e as imagens em busca de significado espiritual e aplicabilidade à vida dos crentes em diferentes épocas e contextos históricos.

Abaixo estão alguns aspectos críticos associados a essa abordagem:

1. Perda da historicidade: Ao enfatizar a interpretação simbólica e alegórica, o método idealista tende a negligenciar a dimensão histórica do Livro de Apocalipse. Isso pode levar à desconsideração dos eventos históricos e contextos específicos nos quais o livro foi escrito. Como resultado, algumas informações valiosas podem ser perdidas ou subestimadas.

2. Interpretações subjetivas: A natureza simbólica do método idealista pode abrir margem para interpretações subjetivas e diversas. Diferentes estudiosos podem atribuir significados diferentes aos mesmos símbolos, o que pode levar a conclusões divergentes e até mesmo conflitantes. Isso pode dificultar a obtenção de uma interpretação objetiva e consensual do livro.

3. Falta de especificidade: A interpretação idealista, ao enfatizar a mensagem espiritual e moral, muitas vezes deixa de lado a questão da especificidade das profecias. A ausência de uma conexão direta entre os símbolos e eventos específicos pode dificultar a aplicação precisa das profecias à realidade histórica.

4. Tendência à alegorização excessiva: Alguns críticos argumentam que o método idealista tende a alegorizar quase todos os aspectos do Apocalipse, o que pode levar à perda de referências literais ou históricas importantes. Essa alegorização excessiva pode diminuir a capacidade do livro de fornecer orientação prática e aplicável para a vida cotidiana dos crentes.

5. Descarte de uma perspectiva escatológica: A abordagem idealista, por sua ênfase na mensagem espiritual e universal, pode negligenciar a dimensão escatológica do Apocalipse. Ao interpretar os eventos como lutas simbólicas entre o bem e o mal, pode-se perder de vista a esperança na consumação final dos tempos e a expectativa da segunda vinda de Cristo.









É possível saber o dia e a hora em que Jesus voltará?



Nós cristãos cremos na segunda vinda de jesus. Essa certeza não vem de nós mesmos, mas de Jesus que assim nos prometeu.

Certa vez o Senhor Jesus disse aos seus discípulos que iria voltar para o Pai, e os discípulos se entristeceram, mas Jesus lhes disse: "Eu os verei novamente" (Jo 16.22).

Em João 14:1-3 Jesus disse: "NÃO se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também". Eu creio nesta palavra!

Mas Jesus também deixou muito claro a todos nós, que o dia e a hora da sua vinda, ninguém sabe, a não ser o Pai. Não compete a nós sabermos o momento exato da Sua vinda, pois esta sabedoria pertence exclusivamente a Deus, e a ninguém mais. Todos que se atreveram a datar o dia da volta de Jesus, foram envergonhados. 

Por exemplo: 

1. No século XIX um pastor batista nos EUA por nome de William Miller, depois de fazer alguns cálculos baseado nos seus estudos do livro de Daniel, afirmou que Jesus viria em 22 de Outubro de 1844. Aproximadamente 100 mil pessoas se reuniram nesse dia esperando o retorno de Cristo. Como nada aconteceu, tentaram corrigir o erro dando uma outra data, mas sem sucesso. Esse dia ficou conhecido como O Grande Desapontamento. No ano seguinte, em 1845, William Miller e seus seguidores, foram expulsos da Igreja Batista onde se congregavam. Dando origem a outros seguimentos religiosos como a Igreja Adventista do Sétimo Dia.

2. Em 1876, Charles T. Russell , o fundador dos Testemunhas de Jeová, escreveu o primeiro de muitos artigos em que apontava para 1914 como o ano do fim dos tempos dos gentios mencionados por Jesus Cristo. (Lucas 21:24). 

3. Em 2017 um Youtuber chamado Romildo Ferreira, o profeta de Yahu, como ficou conhecido, afirmou que o Arrebatamento da igreja aconteceria no dia 23 de Setembro de 2017, depois disse que o Arrebatamento aconteceria e 8 de Abril de 2020. Como isso não aconteceu, ele então excluio todos os vídeos, onde afirmava isso.

Então, se alguém vier com essa estória de que sabe o dia da vinda de Jesus, não acrediteis porque é mentira. 

Em Mateus 24:36 Jesus disse:  "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai" ( ACF).

Algo que aprendi a muito tempo quando comecei a estudar as Escrituras é que não devemos falar onde a Bíblia se cala, e a cerca disso a Bíblia é enfática em nos dizer que tal conhecimento pertence a Deus, e se ele ocultou de nós meros mortais, devemos aceitar e nos preparar para esse dia. Em breve Jesus voltará. Amém.


Quem são os " milhares de santos" mencionados na carta de Judas?



Graça e Paz! 

Existem cristãos que defendem o texto de Judas 1.14 como uma evidência significativa do Arrebatamento secreto. Eles argumentam que esse versículo faz referência à "Igreja que será arrebatada e virá com Jesus na segunda fase de Sua Vinda, que agora será visível a todos". Essa interpretação é apoiada por traduções como ACF, KJA, JFA e NVI, que apresentam o texto da seguinte maneira:

 "Para estes também profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que vem o Senhor com os seus milhares de santos" (Jd 1.14). 

Mas seria esses "milhares de santos" uma referência dos salvos que serão arrebatados e virão com o Senhor em glória, segundo ensina os Pré-Tribulacionismo? Antes de responder, vamos entender o contexto da carta de Judas.

A CARTA

Em resumo a carta de Judas é um convite para os salvos em Cristo, batalharem por sua fé, combatendo os falsos mestres com seus ensinamentos. Nela o autor alerta a todos da severa punição que os falsos mestres e simpatizantes de seus ensinos, receberão da parte de Deus por rejeitarem o Evangelho.

É nesse tom que Judas apresenta esse texto, mostrando que em breve Jesus voltará e exercerá juízo sobre toda a impiedade do mundo, assim como também sobre os falsos mestres.

Algo curioso é que esse texto foi tirado do Livro de Enoque, que após ser tirado da listra dos livros canônicos do Antigo Testamento por um Rabinho, esteve perdido por muitos séculos, com excessão de alguns fragmentos. Sendo descoberto em sua totalidade em 1773, em uma cópia da Bíblia na Etiópia. 

Finalmente para melhor entendermos de quem esse texto esta falando, usaremos a versão da Bíblia Almeida Recebida (AR) que melhor traduz essa passagem.

"Quanto a estes também profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que vem o Senhor com MIRÍADES de seus santos" (Jd 1.14).

O QUE SIGNIFICA MIRÍADES?

Miríade é um numeral de origem grega significando dez mil, que traduzindo para a língua portuguesa, além do significado original pode significar também uma quantidade grande indefinida. No sistema de numeração da Grécia Antiga, o maior número existente era a miríade de miríades, correspondente a cem milhões. Esta expressão é encontrada em certas traduções da Bíblia, como em Apocalipse 5:11 fazendo referência ao número indefinido de anjos no céu visto por João.

"E olhei, e vi a voz de muitos anjos ao redor do trono e dos seres viventes e dos anciãos; e o número deles era miríades de miríades e milhares de milhares" (Ap 5:11).

Outras passagens bíblicas como Deuteronômio 33.2; Mateus 24.30,31 e 2 Tessalonicenses 1.6-8, também nos levam a crer que os "milhares de santos" mencionado no texto de Judas 1.14, se refere unicamente aos anjos e não aos "crentes arrebatados antes da grande tribulação", como ensina os pré-tribulacionismo, vejamos: 

Deuteronômio 33. 2: :

Disse ele: O Senhor veio do Sinai, e de Seir raiou sobre nós; resplandeceu desde o monte Parã, e veio das miríades de santos; à sua direita havia para eles o fogo da lei.

Mateus 24: 30 e 31 diz

"Então aparecerá o sinal do Filho do homem no céu; e, então, todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com um grande som de uma trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus".

2 Tessalonicenses 1. 6-8 diz: 

"Pois é justo diante de Deus recompensar tribulação aos que vos atribulam, e a vós, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo"

Essa é a interpretação correta de Judas 1.14, onde os "milhares de santos" se refere ao incontável número de anjos que acompanharão Jesus em Sua segunda vinda. Isso é evidenciado na versão NTHL, que menciona:

Foi Enoque, da sétima geração a partir de Adão, quem há muito tempo profetizou isto a respeito deles: “Olhem! O Senhor virá com muitos milhares dos seus anjos..." (Jd 1.14).

Que Deus em sua imensa bondade e misericórdia, vos abençoe. Amém!