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O Vinho, o Vinagre e a Esponja na Crucificação de Jesus.

 


A cruz não foi apenas um lugar de sofrimento físico. Foi o palco onde o plano eterno de redenção se desenrolou, detalhe por detalhe, em perfeita harmonia com as Escrituras. E entre esses detalhes, algo aparentemente simples duas bebidas oferecidas a Jesus carrega um significado profundo, teológico e profético.

A Bíblia relata que Jesus recebeu duas bebidas durante sua crucificação: uma Ele recusou, a outra aceitou. Mas por que essa diferença? O que representam o vinho com fel ou mirra, o vinagre e a esponja usada por soldados romanos? E o que tudo isso nos ensina?


O VINHO COM FEL OU MIRRA — A BEBIDA RECUSADA


“Deram-lhe a beber vinho com fel; mas ele, provando-o, não o quis beber.” — Mateus 27:34


“Deram-lhe a beber vinho misturado com mirra, mas ele não o tomou.” — Marcos 15:23


Antes da crucificação ou logo após ser pregado, ofereceram a Jesus uma mistura de vinho com fel (ou mirra) — substâncias conhecidas por suas propriedades anestésicas. Era um costume entre os judeus oferecer esse tipo de bebida para amenizar a dor dos condenados.


Mas Jesus recusou.  Por que recusou?


Jesus escolheu sofrer plenamente e conscientemente. Ele não buscou escapar da dor da cruz, pois carregava não apenas um madeiro, mas os pecados de toda a humanidade. A recusa do vinho anestésico é um ato de entrega total à vontade do Pai.


“O castigo que nos traz a paz estava sobre ele...” Isaías 53:5


O VINAGRE COM ESPONJA — A BEBIDA ACEITA.


“Depois, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para que se cumprisse a Escritura, disse: Tenho sede.”


“Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam, pois, uma esponja no vinagre, e, colocando-a num hissopo, lha chegaram à boca.” — João 19:28-29.


Já no final da crucificação, Jesus declara: “Tenho sede”. Então os soldados molham uma esponja em vinagre (provavelmente posca, uma bebida ácida e barata usada por soldados romanos) e oferecem a Ele.


Dessa vez, Jesus aceita. O que isso cumpre?


“Na minha sede me deram a beber vinagre.”— Salmo 69:21


A aceitação do vinagre foi um ato intencional. João afirma que Jesus fez isso “para que se cumprisse a Escritura”. Mesmo no seu momento final, Ele demonstrou que estava no controle, cumprindo cada detalhe profetizado a seu respeito.


A ESPONJA: QUANDO A ZOMBARIA CUMPRE A PROFECIA.


Na Roma antiga, o vinagre era usado também em latrinas públicas, onde ficavam esponjas presas a bastões chamadas tersorium, utilizadas para higiene pessoal. Embora o texto bíblico não afirme explicitamente que esse era o mesmo tipo de esponja, alguns estudiosos sugerem que os soldados poderiam ter usado esse objeto vil para zombar ainda mais de Jesus.


Imagine: a boca do Filho de Deus sendo tocada com um objeto possivelmente retirado de uma latrina. Se isso de fato aconteceu, foi o auge da humilhação. Eles zombavam, sem saber que estavam cumprindo as Escrituras.


DEUS TRANSFORMA ESCÁRNIO EM PROPÓSITO


A grande lição aqui é que até a zombaria dos homens pode ser instrumento do cumprimento da vontade de Deus.

O vinho com fel foi recusado: Jesus não evitou a dor.


•O vinagre com esponja foi aceito: a profecia foi cumprida.


•A humilhação foi extrema, mas a obediência de Cristo foi maior. E mesmo nesse gesto de zombaria, o plano divino se cumpriu. Está consumado.”— João 19:30


 REFLEXÃO FINAL


A cruz nos ensina que Deus é Senhor até dos detalhes. Nada foi acidental. Nem o vinagre, nem a esponja, nem a zombaria. O que para os homens foi desprezo, para Deus foi o selo da promessa.


Jesus bebeu a dor até a última gota, para que hoje pudéssemos beber da água da vida.


“Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede...” — João 4:14