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A Recusa de Vasti ao Convite do Rei Assuero


A história de Vasti, a rainha que ousou dizer "não" ao rei Assuero, é um dos momentos marcantes do livro de Ester na Bíblia. Embora breve, sua narrativa levanta questões profundas sobre poder, dignidade e as complexas dinâmicas de autoridade em uma sociedade antiga. O texto bíblico, no entanto, não nos oferece uma explicação direta sobre os motivos de Vasti para recusar o pedido de seu marido, o que tem gerado diversas interpretações e especulações ao longo dos séculos.

No contexto da história, o rei Assuero, também conhecido como Xerxes I, estava celebrando um grande banquete, rodeado de nobres e oficiais de seu vasto império. Durante este banquete, marcado pelo consumo excessivo de vinho, Assuero ordenou que Vasti comparecesse à sua presença para exibir sua beleza diante dos convidados. Era um pedido simples à primeira vista, mas carregado de implicações que não são completamente esclarecidas pelo texto bíblico.

Vasti, no entanto, recusou-se a atender ao chamado do rei. Sua recusa, embora não explicada detalhadamente na narrativa bíblica, provocou a ira de Assuero e a consequente consulta a seus conselheiros, que temeram que o ato de desobediência da rainha pudesse desencadear uma onda de insubordinação entre as mulheres do reino. Para preservar sua autoridade e evitar um possível "mau exemplo," Assuero seguiu o conselho de seus sábios, depôs Vasti como rainha e buscou uma nova esposa, o que abriu caminho para a ascensão de Ester.

As razões por trás da decisão de Vasti permanecem envoltas em mistério. Algumas interpretações sugerem que ela agiu por orgulho ou soberba, não querendo se misturar com o povo ou submeter-se a uma exposição pública que considerava inadequada para sua posição. Outras suposições indicam que Vasti buscou preservar sua dignidade em um ambiente que poderia comprometer sua honra. Ainda assim, qualquer interpretação permanece no campo da conjectura, já que o texto sagrado não detalha seus pensamentos ou motivações.

Independentemente do real motivo da recusa de Vasti, o desfecho da história revela um propósito maior. Deus usou esse episódio para desencadear uma série de eventos que levaram à libertação do Seu povo de um perigo iminente. A destituição de Vasti abriu caminho para Ester, uma jovem judia, se tornar a nova rainha e desempenhar um papel crucial na salvação de seu povo do plano nefasto de Hamã. Assim, a recusa de Vasti, embora marcada por mistério e especulação, se insere em um plano divino maior que visava proteger e preservar a comunidade judaica.

A recusa de Vasti em atender ao pedido do rei Assuero, embora não detalhada na Bíblia, desencadeou a destituição da rainha e a busca por uma nova esposa, o que levou à ascensão de Ester. Deus usou esse evento aparentemente pequeno para conduzir uma série de acontecimentos que resultaram na salvação do povo judeu de um grande perigo. A história de Vasti, portanto, ilustra como eventos pessoais e decisões individuais podem fazer parte de um plano divino mais amplo para proteger e libertar.

A rejeição de Saul e o dilema de Samuel

 


A narrativa de 1 Samuel 15 é uma das passagens mais dramáticas do Antigo Testamento, marcando a rejeição de Saul como rei de Israel. Este capítulo apresenta tanto o pecado de Saul, que culmina em sua rejeição por Deus, quanto o dilema do profeta Samuel ao lidar com as consequências desse pecado. Mas primeiro vamos entender o contexto dessa história.


Nos versículos 1 e 2, Saul é instruído por Deus, através de Samuel, a destruir completamente os amalequitas, uma nação inimiga de Israel, incluindo todos os seus bens e habitantes. Contudo, Saul decidiu poupar o rei Agague e o melhor dos rebanhos, desobedecendo diretamente à ordem divina. Essa desobediência é condenada por Samuel em 1 Samuel 15:26:


 "Porém Samuel disse a Saul: Não tornarei contigo; porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, já te rejeitou o Senhor, para que não sejas rei sobre Israel."


Ao anunciar a rejeição de Saul, Samuel profetiza que o reino seria tirado dele e dado a outro, alguém que fosse mais fiel a Deus: 


"Então Samuel lhe disse: O Senhor tem rasgado de ti hoje o reino de Israel e o tem dado ao teu próximo, melhor do que tu" (1 Sm 15:28).


Esse momento marca o começo da transição do reinado de Saul para Davi. Contudo, mesmo diante da rejeição divina, Samuel demonstrou um espírito de misericórdia. Ele orava por Saul, mesmo sabendo que Deus havia decidido rejeitá-lo como rei. A intercessão de Samuel por Saul revela seu coração compassivo e seu compromisso em buscar a misericórdia de Deus, mesmo para um líder que havia falhado gravemente. Esse aspecto de Samuel destaca sua dedicação ao povo de Israel e sua sensibilidade às lutas humanas, mesmo quando confrontado com a desobediência.


Após comunicar a rejeição de Saul, Samuel atende ao pedido do rei de voltar com ele para adorar a Deus diante dos anciãos e do povo: 


"Então, Samuel voltou, seguindo a Saul, e Saul adorou ao Senhor" (1 Sm. 15:31). 


Esse ato pode parecer contraditório, considerando a severidade da rejeição de Saul. No entanto, Samuel não pecou ao voltar com Saul para adorar. Ao fazer isso, ele honrou a posição de Saul na presença dos anciãos, mesmo sabendo que Saul havia sido rejeitado por Deus.


Essa ação de Samuel nos ensina a importância de respeitar as autoridades estabelecidas, mesmo quando elas falham. Samuel não estava endossando o erro de Saul, mas reconhecendo a necessidade de manter a ordem e a dignidade do ofício real até que Deus providenciasse a transição. Esse gesto mostra que é possível agir com misericórdia e respeito, mesmo diante de situações difíceis, sem comprometer a verdade ou a justiça divina.


Portanto, a resposta de Samuel a essa rejeição demonstra a complexidade do papel profético e a dificuldade de lidar com as consequências do pecado em uma liderança. Samuel, fiel ao seu chamado, cumpriu a vontade de Deus, mas não sem enfrentar os dilemas inerentes à sua posição.


Mesmo em meio à rejeição de Saul, a misericórdia de Samuel se manifestou em suas orações e em seu esforço para manter a adoração a Deus. Essa passagem nos ensina sobre a seriedade da obediência a Deus, a necessidade de misericórdia, e a sabedoria em honrar autoridades, mesmo quando seus erros são evidentes, até que Deus estabeleça o tempo e o modo de agir.

Quando um salvo morre, ele volta pra casa?


"Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor" (2 Co. 5.8).

É cada vez mais comum ouvir a ideia de que quando um cristão morre, ele 'volta para casa', referindo-se ao céu. Essa expressão, no entanto, não está alinhada com os ensinamentos da Bíblia. As Escrituras nos ensinam que o ser humano não veio do céu, mas da terra, e que somente após a morte, se estiver salvo em Jesus, irá para o céu ( Gn 2. 7; Co 2.5; Fl 3.20,21) O corpo retorna ao pó, conforme está escrito em Gênesis 3:19, o sopro de vida volta para Deus,  que o concedeu (Ec 7.13), e a alma encontra seu descanso eterno com Ele, conforme prometido em Mateus 11:28-30.

Na visão cristã tradicional, a expressão "voltar para casa" pode ser considerada problemática, pois implica em um retorno a um lugar de onde a alma não preexistiu. O mais apropriado seria dizer que o crente "morre e vai para casa", pois isso reflete a crença de que a alma humana não veio do céu, mas é criada na concepção ou no nascimento e vai para o céu após a morte física. Não dizemos que alguém "voltou para casa" quando está indo para lá pela primeira vez. O único que verdadeiramente "voltou para casa", ou seja, ao céu, foi Cristo.

A ideia de "ir para casa" enfatiza a origem terrena do ser humano e sua futura morada celestial. Não há uma volta a um lugar onde a alma já existia antes, mas sim uma transição para a habitação eterna com Deus. Essa perspectiva também é reforçada em João 14:2-3 (NVI), onde Jesus diz: "Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver."

A crença de que os seres humanos vêm de um plano espiritual está mais associada ao Kardecismo do que ao cristianismo. No Kardecismo, acredita-se que o espírito permanece em um plano espiritual aguardando a reencarnação. No entanto, não encontramos base para essa crença na Bíblia.

O versículo frequentemente usado para sustentar essa ideia é Lucas 1.23, que diz: "E, terminados os dias do seu ministério, voltou para casa". No entanto, é crucial entender que esse texto não se refere à morte de Zacarias, mas sim ao fim de seu serviço no templo e seu retorno à sua casa terrena, onde vivia com sua esposa Isabel. Interpretar esse versículo como uma referência à ideia de que, ao morrer, um cristão "volta para casa" no sentido de ir para o céu, distorce a verdadeira interpretação do texto, gerando doutrinas estranhas no meio cristão.

Segundo as Escrituras, quando um cristão falece, ele vai para o seio de Abraão ou para o paraíso, aguardando o dia da primeira ressurreição, que ocorrerá na Segunda Vinda de Jesus. Nesse momento, tanto os salvos que já partiram quanto aqueles que estiverem vivos receberão um novo corpo e estarão para sempre com Jesus, nosso Senhor. 

Portanto, a expressão "o crente morre e vai para casa" captura a essência da esperança cristã, revelando a convicção de que a vida após a morte não é um retorno a um estado anterior, mas sim uma entrada na plenitude da presença e amor de Deus no céu.


A porta estreita e o caminho apertado.



"Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram" (Mt 7.13,14).


Ao começarmos nossa jornada cristã, devemos compreender que não será simples, pois requer renúncia, obediência ao Evangelho de Jesus e disposição para segui-lo. Tenha em mente que nossa jornada de fé é marcada por uma porta estreita e um caminho apertado. Ao abraçarmos essa realidade, podemos evitar muitas frustrações e desilusões ao longo do caminho.


Qual é o significado da analogia de Jesus sobre a porta estreita e o caminho apertado?


A imagem da porta estreita nos lembra da exclusividade e da exigência de fazer escolhas comprometidas com os ensinamentos de Jesus. Não se trata de um caminho amplo onde podemos seguir nossos próprios desejos e conveniências, mas sim de uma jornada marcada pela busca da vontade de Deus em nossas vidas.


O caminho apertado representa os desafios e sacrifícios que enfrentamos ao longo da vida como seguidores de Cristo. Esses desafios podem vir na forma de tentações, adversidades, e até mesmo perseguições por causa da nossa fé. No entanto, é nesse caminho estreito que encontramos verdadeira comunhão com Deus e crescimento espiritual.


A estreiteza da porta e a dificuldade do caminho não devem nos desencorajar, mas sim nos motivar a perseverar e a fortalecer a nossa fé. Através das Sagradas Escrituras, compreendemos que o fim desta jornada nos reserva uma recompensa inigualável: a vida eterna. Este presente sublime aguarda-nos para lá das dificuldades e desafios que enfrentamos ao longo desta existência terrena.

Porque não é correto dizer que temos saudades do céu.


"Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada." (Rm 8.18).

É comum ouvir algumas pessoas expressarem a ideia de que têm saudades do céu, como se fosse possível sentir falta de algo que ainda não experimentaram plenamente. No entanto, essa forma de expressão pode não ser a mais apropriada quando se trata da esperança cristã e da visão da vida eterna.

Primeiramente, a saudade é um sentimento que geralmente está ligado à ausência de algo que já foi vivenciado. É nostalgia por momentos passados, por pessoas queridas que já partiram, por lugares que marcaram nossa história. No entanto, quando falamos do céu e da vida eterna com Deus, estamos lidando com algo que ainda está por vir, algo que a nossa mente finita não pode compreender totalmente.

Além disso, a ideia de saudade muitas vezes carrega consigo um certo tom de tristeza, de melancolia pela falta do que já foi. No entanto, a esperança cristã é uma esperança cheia de alegria, de certeza na promessa de Deus. Não se trata de olhar para trás com saudade, mas de olhar para frente com expectativa e alegria pelo que está reservado para aqueles que creem.

Ao dizer que temos saudades do céu, corremos o risco de diminuir a grandiosidade e a plenitude da promessa divina. A vida eterna será uma experiência totalmente nova e transformadora, onde estaremos plenamente na presença de Deus, livres de toda dor, sofrimento e limitação.

Portanto, em vez de dizer que temos saudades do céu, é mais correto e apropriado dizer que anelamos pelo céu, que aguardamos com alegria e esperança o cumprimento da promessa de Deus em nossas vidas. É olhar para frente com fé e confiança na bondade e fidelidade daquele que nos prometeu um lugar eterno ao seu lado.




Jesus quebrou as Leis de Deus?

 



Durante uma pregação, ouvi o preletor afirmar que Jesus veio para quebrar a regras da Torá (Lei Mosaica). No entanto, ao longo de sua fala, compreendi o que ele pretendia dizer. O problema foi que o pregador não conseguiu expressar claramente seu pensamento, deixando implícito que Jesus teria desrespeitado as Leis de Deus. Essa abordagem é arriscada, pois tal declaração pode dar margem ao surgimento de heresias, já que não está alinhada com o ensinamento bíblico. Seria mais adequado se o mensageiro afirmasse que Jesus não se conformou com os estereótipos religiosos de sua época, já que seus ensinamentos transcendeu as tradições baseadas em práticas externas e rituais, enfocando, em vez disso, aspectos mais cruciais da lei, como a justiça, a misericórdia e a fé.


Por exemplo, em Mateus 23, encontramos uma passagem marcante em que Jesus direciona suas palavras de maneira contundente aos líderes religiosos de sua época. Neste capítulo, ele destaca a importância de uma espiritualidade verdadeira e profunda em contraste com práticas religiosas vazias. Jesus confronta as tradições estabelecidas, convidando as pessoas a uma conexão mais autêntica com Deus.

Ao abordar a necessidade de compreensão e obediência genuína aos mandamentos divinos, Jesus critica a hipocrisia dos fariseus, que focavam apenas em aparências externas, distorcendo a verdadeira essência da lei. Sua mensagem ressoa com a busca por uma relação autêntica com Deus, que vai além de rituais e formalidades. A missão de Jesus, claramente delineada em Mateus 23, era restaurar a verdadeira essência da lei divina, chamando as pessoas a um compromisso interior e uma transformação genuína. Sua abordagem desafia as convenções da época, destacando que a verdadeira espiritualidade não pode ser medida por observâncias exteriores, mas sim pela compreensão profunda e pela obediência sincera aos preceitos de Deus.


JESUS E A LEI


Nos Evangelhos, encontramos não apenas o comprometimento de Jesus em cumprir a lei de Deus, mas também Sua determinação em desafiar as normas distorcidas, promovendo uma compreensão mais profunda e uma prática mais autêntica da fé. 


Em Mateus 5:17, Ele disse: "Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim para destruir, mas para cumprir." Nessa passagem bíblica Jesus deixou claro que sua missão não era abolir as regras divinas, mas sim realizar plenamente o propósito da Lei de acordo com a vontade de Deus. Ao longo de seu ministério terreno, Jesus não apenas obedeceu às regras estabelecidas, mas também as transcendeu por meio de uma compreensão mais profunda e espiritual.


Assim, Jesus atendeu plenamente aos requisitos da Lei, e a sua crucificação marcou o ponto culminante desse cumprimento, estabelecendo uma Nova Aliança entre Deus e a humanidade. A declaração do apóstolo Paulo em Romanos 10:4, onde afirma que "Cristo é o fim da lei para a justiça de todo aquele que crê," reflete claramente a ideia de que a obra redentora de Jesus plenamente satisfaz o propósito da Lei.


Hoje, não é mais necessário observar os rituais cerimoniais da Lei, pois ela já alcançou seu propósito. Depositamos nossa confiança em Cristo, cuja obediência nos justifica e nos integra à família de Deus (Rm 3:18, 10:4, Gl 2:16).


Assim, queridos irmãos, devemos ser cautelosos em nossas pregações, evitando abrir espaço para erros doutrinários que contradiga os ensinamentos bíblicos e permitam a entrada de doutrinas estranhas entre o povo de Deus. Que Deus em Cristo vos abençoe. Amém!


Jesus a fonte inesgotável da salvação





Hoje, vamos analisar a significativa mensagem presente no encontro entre Jesus e a mulher samaritana, destacando como o amor divino é ilimitado e está pronto para resgatar todos que acreditam no Evangelho de Jesus Cristo.

Graça que rompe barreira 

O encontro da mulher samaritana com Jesus, registrado no Evangelho de João, capítulo 4, versículos 7-26, é um poderoso exemplo de como Jesus transcende as barreiras sociais e culturais para oferecer a mensagem da salvação a todos. 

A mulher samaritana era uma pessoa marginalizada na sociedade da época, devido à sua origem samaritana e ao seu passado conturbado. No entanto, Jesus a abordou com compaixão e gentileza, quebrando as barreiras culturais e sociais que a separavam dos judeus. Ele demonstrou que o amor de Deus não conhece limites, e que sua mensagem é para todos, independentemente de sua origem ou história.

Uma alma sedenta.

Jesus também nos mostra nesse diálogo que a vida não se resume apenas às preocupações cotidianas, mas que a nossa alma anseia por uma relação profunda com Deus, que somente Ele pode proporcionar. 

A mulher, inicialmente preocupada com sua sede física, viu em Jesus a resposta para a sede de sua alma, descobrindo que Ele é a fonte inesgotável de água viva que sacia a sede espiritual e concede a salvação a todos que crê.

Um obstáculo chamado pecado.

Outra grande verdade que encontramos nessa passagem, é que o pecado é a principal barreira entre nós e Deus. No entanto, Jesus veio como o Salvador que destrói essa barreira, nos guiando em direção à graça divina. Nesse caminho, nossos corações são restaurados, e nossa comunhão com Deus se torna completa. 

É fundamental compreender que não existe pecado tão grandioso que Jesus não possa absolver, desde que haja um coração verdadeiramente sincero e arrependido. Se nos voltarmos para Ele com humildade, a reconciliação e o perdão são sempre possíveis, independentemente dos erros passados.

A fonte inesgotável.

No diálogo com a mulher samaritana, Jesus nos revela que em meio a tantos desafios e incertezas, há uma fonte inesgotável de esperança e amor que está sempre pronta para nos receber, independentemente do nosso passado ou erros. Essa fonte é Jesus Cristo. Uma fonte contínua que traz perdão e vida eterna a todos que crêem. Não importa quão longe você tenha ido, Jesus está de braços abertos, pronto para receber você com amor e misericórdia. 

Confie sua vida a Jesus Cristo hoje mesmo e encontrará a paz para sua alma, uma paz verdadeira que transcende todo entendimento.



Quem é a mulher de Apocalipse 12?




INTRODUÇÃO 

   Ao lermos o capítulo 12 do livro de Apocalipse, nos deparamos com a figura de uma mulher. Ela é descrita vestida de sol, com a lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre sua cabeça. Alguns acreditam que ela representa a Maria, mãe de Jesus Cristo, devido à sua posição proeminente na tradição cristã, principalmente no catolicismo. Outros veem essa mulher como uma representação da igreja cristã, mas ao analisarmos o capítulo 12 de Apocalipse veremos que esta mulher é uma representação simbólica da nação de Israel, como veremos a seguir.


POR QUE A MULHER DE APOCALIPSE 12 NÃO É MARIA, A MÃE DE JESUS?

     O livro de Apocalipse é um livro profético, onde o autor emprega símbolos e figuras para transmitir a sua mensagem, como é o caso do capítulo 12. Ao analisarmos o contexto deste capítulo veremos que toda a sua linguagem é simbólica e não literal.

Logo no início do capítulo o autor descreve um grande sinal no céu, o que lhe deixou maravilhado, o sinal era "uma mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre sua cabeça" (Ap 12.1). É importante ressaltar que o autor em nenhum momento identifica essa mulher como Maria, a mãe de Jesus. Já que João, o autor do livro, era consciente da identidade da mãe de nosso Salvador. Em segundo lugar, não existe em nenhuma parte das Escrituras um texto que sirva de base para o ensinamento que Maria, como Jesus, subiu aos céus e que aparece aqui no capítulo doze do livro de Apocalipse, glorificada. Então a narrativa que Maria seria essa mulher, não passa de um argumento falacioso e sem base bíblica.


POR QUE A MULHER DE APOCALIPSE TAMBÉM NÃO É A IGREJA?

   Na Bíblia, tanto a nação de Israel quanto a igreja de Cristo são simbolicamente retratadas como uma mulher. No Antigo Testamento, os profetas usavam frequentemente a figura da mulher para se referirem à nação de Israel. Por exemplo, em Isaías 54:5, Israel é descrita como uma esposa, e Deus como seu marido. No livro de Oséias, o profeta é instruído a se casar com uma mulher infiel, que representa a infidelidade de Israel para com Deus. Outra passagem que ilustra a nação de Israel como uma mulher está em Jeremias 3:14, onde Deus chama Israel de "esposa infiel" e os convida a retornar a Ele, prometendo restaurar seu relacionamento e conduzi-los de volta à Sua presença.

Da mesma forma, no Novo Testamento, a igreja de Cristo é representada como a noiva de Cristo. Em Efésios 5:25-27, o apóstolo Paulo compara o amor de Cristo pela igreja ao amor de um marido por sua esposa, enfatizando a entrega sacrificial de Cristo para purificar e santificar a igreja, a fim de apresentá-la como uma noiva gloriosa e imaculada.

Contudo, é crucial observar que a visão de João contém detalhes que claramente se referem à nação de Israel, e não à igreja. Além da simbologia que aponta para Israel, o fato de Jesus ter vindo dos judeus fortalece esse argumento. O próprio Jesus afirmou à mulher samaritana que a salvação vem dos judeus, indicando que foi por meio do povo judeu que o Filho de Deus veio ao mundo, e não através da igreja (Jo 4.22). 

A compreensão da relação entre Cristo e a Igreja é essencial para uma teologia coerente e bíblica. Assim como Adão foi criado primeiro e Eva foi formada a partir de sua costela, Cristo, o segundo Adão, precede a Igreja, que foi gerada pela Sua obra redentora. Essa analogia entre a criação do primeiro homem e da mulher e a relação entre Cristo e a Igreja ajuda a esclarecer que a Igreja não gerou Cristo, mas, ao contrário, foi fruto de Sua obra salvífica.Cristo, sendo eterno, não surgiu a partir da Igreja, mas a Igreja foi estabelecida como resultado do Seu sacrifício, unindo todos os que creem nEle em um corpo espiritual. A Igreja é descrita nas Escrituras como o corpo de Cristo, do qual Ele é a cabeça, demonstrando a ordem e a autoridade divina. Jesus é o fundamento da Igreja, e ela se mantém firmada em Sua pessoa e obra.

Dessa forna, reconhecer a precedência de Cristo em relação à igreja é, portanto, essencial para compreender a mensagem da visão de João no capítulo 12 de Apocalipse.


 "A MULHER ENVOLTA EM LUZ" 

   Através das palavras de João, podemos deduzir que a visão descrita retratava uma mulher radiante, como se estivesse envolta pela brilhante intensidade do sol. Essa resplandecência pode ser atribuída à presença gloriosa da criança em seu ventre, simbolizando Jesus de Nazaré, que nasceu e, após cumprir sua missão, ascendeu aos céus. 

No livro de Lucas, capítulo 1, versículos 78 e 79, Zacarias profetizou com as seguintes palavras: "Por meio da infinita misericórdia de nosso Deus, a aurora brilhará sobre nós lá do alto, para iluminar aqueles que estão nas trevas e na sombra da morte, e guiar nossos passos no caminho da paz". Essa profecia faz alusão à chegada de Jesus, a luz que iluminaria aqueles que viviam na escuridão espiritual e ofereceria orientação no caminho da paz.

Posteriormente, Jesus afirmou a respeito de si mesmo: "Eu sou a luz do mundo". Essa afirmação representa a sua natureza divina e a sua missão de trazer iluminação espiritual para a humanidade. Assim como o sol irradia luz e dissipa as trevas, Jesus veio ao mundo para trazer a verdade, a vida e a esperança, guiando aqueles que o seguem no caminho da salvação e da reconciliação com Deus.

A metáfora da luz é recorrente nas escrituras sagradas, representando a presença de Deus, a verdade, o conhecimento divino e a revelação espiritual. Jesus é retratado como a personificação dessa luz, que brilha sobre a humanidade, dissipando a escuridão do pecado e conduzindo as pessoas à paz e à redenção. Ao reconhecer Jesus como a luz do mundo, somos convidados a segui-lo, permitindo que sua luz ilumine nossas vidas e nos guie em direção à eternidade. 

O FILHO VARÃO: O REI PROMETIDO QUE GOVERNARÁ COM CETRO DE FERRO

    A visão registrada por João no livro de Apocalipse revela um dos momentos mais emblemáticos da história redentora: o nascimento do Filho Varão (Apocalipse 12:5). A mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas, representa o povo de Israel — o canal pelo qual Deus trouxe ao mundo o Salvador. E o Filho Varão que nasce é, sem dúvida, uma referência direta ao Senhor Jesus Cristo. 

“E deu à luz um filho varão, que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.”(Ap 12:5)

Essa profecia ecoa os salmos messiânicos do Antigo Testamento, em especial o Salmo 2, onde Deus declara:

“Tu os quebrarás com vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.” (Sl 2:9)

Essa promessa aponta para o reinado futuro de Cristo, quando Ele retornará em glória para estabelecer Seu Reino milenar na Terra. A primeira vinda do Filho Varão foi marcada pela humildade e pela cruz; mas a segunda será marcada por poder, autoridade e justiça. Ele não virá mais como servo sofredor, mas como o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apocalipse 19:16).

No livro de Apocalipse, essa autoridade de reger as nações também é compartilhada com os que vencerem com Cristo:

“E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações. E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai.” (Ap 2:26-27)

Portanto, o Filho Varão é mais do que um símbolo; é a realidade do Messias prometido, o Cristo que nasceu de Israel, venceu a morte, ascendeu ao trono de Deus e voltará para reinar com justiça. Ele é a consumação de todas as promessas feitas desde o Éden, passando por Abraão, Davi e os profetas. Ele é o cumprimento da esperança messiânica que atravessa toda a Escritura.

A expectativa do retorno de Cristo é o combustível da fé da Igreja. O Filho Varão reinará com cetro de ferro, e nenhuma injustiça, impiedade ou rebelião subsistirá diante d’Ele. O governo que o mundo nunca conseguiu estabelecer, de paz verdadeira, justiça plena e santidade, será finalmente implantado por Aquele que é digno.

“O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.” (Ap 11:15)

"A LUA SOBRE SEUS PÉS".

A lua tem um significado especial na cultura e na tradição da nação de Israel. De fato, em várias passagens proféticas do Antigo Testamento, a lua é mencionada como um sinal de eventos cósmicos associados ao fim dos tempos. Um exemplo disso é encontrado no livro de Joel, onde é dito que a lua se transformará em sangue antes do grande e terrível Dia do Senhor (Joel 2:31).

Além disso, a lua desempenha um papel importante no calendário e na observância religiosa judaica. O judaísmo segue um calendário baseado no ciclo lunar, e as festividades e observância religiosas são determinadas de acordo com esse calendário. As datas sagradas, como Rosh Hashaná (Ano Novo Judaico) e Yom Kipur (Dia do Perdão), são determinadas com base nas fases da lua.

A referência à lua também é encontrada no Salmo 89:36-37, onde se fala sobre o reinado duradouro do Messias, comparando-o com a lua: "A sua semente durará para sempre, e o seu trono, como o sol diante de mim. Será estabelecido para sempre como a lua, e a testemunha no céu é fiel."

Essas referências bíblicas e o uso da lua como um indicador de tempo e um símbolo profético destacam a importância e a conexão da lua com a nação de Israel. Ela serve como um lembrete constante de eventos cósmicos futuros e do papel central que Israel desempenha nos planos divinos. A lua é tanto um sinal dos tempos quanto um símbolo da promessa do reinado eterno do Messias.

"UMA COROA DE DOZE ESTRELAS SOBRE SUA CABEÇA" 

Essa representação possui um simbolismo rico e profundo que está intrinsecamente ligado à nação de Israel. Por exemplo: em Gênesis 15. 5, Deus diz a Abraão, de que sua descendência seria tão numerosa quanto as estrelas do céu, e Gênesis 37. 9, no sonho de José, as onze estrelas representam seus irmãos, simbolizando as doze tribos de Israel, que eventualmente se formaram a partir deles. Essas referências bíblicas ilustram claramente a relação simbólica das doze estrelas com as doze tribos de Israel.

Embora a representação comum seja de doze estrelas como uma auréola em volta de uma mulher, é importante destacar que o texto menciona especificamente uma coroa com doze estrelas. Ao estarem unidas em forma de coroa, essas doze estrelas representam a promessa de que o Messias reinará sobre toda a casa de Israel, conforme ensinado na Sagrada Escritura. Essa coroa simboliza o poder e a autoridade do Messias sobre o povo escolhido de Deus, evidenciando sua posição como Rei dos reis. É um sinal de esperança e cumprimento das promessas divinas, um lembrete do cuidado e amor de Deus pelo seu povo ao longo da história.

Portanto, essa imagem da coroa de doze estrelas sobre a cabeça tem um profundo significado espiritual e histórico, representando a ligação indissolúvel entre Deus e a nação de Israel. Ela nos lembra da fidelidade de Deus em cumprir suas promessas e nos oferece uma visão da soberania do Messias, que reinará sobre toda a casa de Israel, trazendo paz, justiça e redenção para o seu povo. 

A intensa perseguição do Dragão e a fuga da mulher para o deserto.

Outro fator crucial para a nossa compreensão apresentado no texto é a fuga da mulher para o deserto em meio à intensa perseguição do Dragão, reforçando a interpretação de que essa mulher representa Israel, e não a Igreja.

No texto, após a derrota do Dragão e de seus anjos, ele se volta contra a mulher, que é miraculosamente salva e protegida no deserto. Mesmo com as múltiplas investidas do Dragão, ela permanecerá segura durante um período que simboliza a grande tribulação, prevista para durar três anos e meio.

Embora este evento aponte para o futuro, a luta espiritual e física pela sobrevivência de Israel como nação é um tema recorrente na história, desde a sua formação até os dias atuais. Essas constantes ameaças e conflitos podem ser vistos como parte do esforço do Dragão, que simboliza as forças malignas, em tentar destruir o plano de Deus para Israel. No entanto, a promessa de proteção e salvação divina permanece firme, culminando na gloriosa vinda de Jesus, que trará redenção completa ao povo de Israel e estabelecerá Seu reino eterno. Este cenário reflete a fidelidade de Deus às Suas promessas, mesmo diante das mais ferozes adversidades.

O texto também diz que  a mulher recebeu "duas asas de grande águia" para fugir para o deserto, onde é protegida da vista do Dragão, simboliza a proteção divina e o cuidado contínuo de Deus sobre Israel, assim como ocorreu na história da redenção do povo judeu. Esta imagem faz uma conexão direta com Êxodo 19:4, onde Deus diz: 

"Vocês viram o que fiz ao Egito, e como os trouxe a mim sobre asas de águia e os conduzi." 

Dessa forma, a figura da mulher, perseguida mas miraculosamente preservada, se alinha mais com o povo de Israel e sua trajetória histórica e profética, em vez de representar a Igreja. 

O deserto, neste contexto, representa um lugar de proteção e provisão divina, longe do alcance do Dragão, reforçando a ideia de que Deus mantém Israel seguro até a consumação dos tempos. Hoje, Israel é uma nação forte, com muitos aliados, e sobretudo com a promessa de salvação futura, quando reconhecerão Jesus como o verdadeiro Messias. 

Quem são os descendentes da mulher?

A mulher descrita no Apocalipse representa Israel, o povo escolhido de Deus, que deu à luz o Messias, Jesus Cristo. No entanto, os descendentes dessa mulher, mencionados em Apocalipse 12:17, não são apenas os descendentes físicos de Abraão, mas sim aqueles que compartilham da fé em Cristo. O apóstolo Paulo, em sua carta aos Romanos, destaca que "nem todos os descendentes de Israel são Israel", mas sim aqueles que são filhos da promessa, ou seja, os que vivem pela fé (Rm 9.6-8).

Esses descendentes são os cristãos fiéis, aqueles que, independentemente de sua origem étnica, colocaram sua confiança em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. Em Gálatas 3:7, Paulo reforça essa verdade, afirmando que "os da fé é que são filhos de Abraão". Portanto, a verdadeira descendência da mulher é composta por aqueles que foram regenerados pela fé em Cristo e que agora fazem parte do povo de Deus.

Durante a Grande Tribulação, esses descendentes serão alvo da fúria do dragão, Satanás, que os perseguirá com grande intensidade. No entanto, eles vencerão, não por sua própria força, mas "pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte" (Ap. 12:11). Esse versículo revela o coração dos descendentes da mulher: uma fé inabalável em Cristo e uma devoção que coloca o amor a Deus acima de tudo, até mesmo da própria vida.

Esses crentes vencerão porque amam a Deus mais do que a própria vida, dispostos a enfrentar a perseguição e até a morte por amor a Cristo, demonstrando uma fé inabalável e uma devoção total ao Senhor. A vitória deles não está na força física, mas na fidelidade a Deus e na confiança no sacrifício redentor de Jesus.

Assim, os descendentes da mulher são aqueles que, através da fé, se tornam parte da família de Deus, vivendo em obediência e amor a Ele, mesmo diante das maiores adversidades. 




Existe salvação após a morte?



A salvação é oferecida por meio da graça de Deus e é recebida pela fé em Jesus Cristo (Ef 2:8-9). Jesus afirmou que Ele é o caminho, a verdade e a vida, e que ninguém pode chegar ao Pai senão por Ele (Jo 14:6). Além disso, em Atos 4:12, os apóstolos declararam que "não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos".  

Assim, "quem nele crê não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no Nome do Filho unigênito de Deus" (Jo 3.18).

A Bíblia também nos ensina que não existe uma segunda chance de salvação após a morte. A decisão de aceitar ou rejeitar a salvação em Jesus Cristo é feita enquanto vivemos. Enquanto há vida há esperança (Ec 9.4), mas após a morte segue ao juízo (Hb 9.27). Por isso Paulo enfatiza em 2 Coríntios 6.2, a importância de aproveitar a oportunidade presente para buscar a Deus, se arrepender dos pecados e aceitar a oferta de salvação que Deus está oferecendo por meio de Jesus Cristo, e que a salvação não deve ser adiada ou negligenciada, pois cada pessoa tem a chance de receber a salvação enquanto está viva. 

"O Rico e o Lázaro".

Através da Parábola do Rico e Lázaro, encontrada no Evangelho de Lucas, capítulo 16, versículos 19-31, podemos compreender a séria consequência de rejeitar Deus em nossa vida. Essa parábola nos alerta sobre a falta de esperança de salvação após a morte para aqueles que optam por viver distantes de Deus. 

A parábola nos apresenta dois personagens principais. De um lado, temos o rico, que vive uma vida de luxo, desfrutando de todos os prazeres mundanos. Por outro lado, temos Lázaro, um mendigo coberto de chagas, que sofre à porta do rico em busca de misericórdia. Esses personagens representam dois extremos: aqueles que vivem em busca dos prazeres materiais e aqueles que buscam a Deus em humildade e necessidade.

Após a morte, as vidas desses dois homens tomam rumos opostos. Lázaro é levado ao "seio de Abraão", onde experimenta descanso, comunhão com Deus e vida eterna. Porém, o rico é lançado no Hades, um lugar de tormento e sofrimento. A parábola nos mostra a realidade da separação eterna entre aqueles que seguem a Deus e aqueles que o rejeitam.

O rico, no tormento do Hades, clama por alívio e até mesmo pede a Abraão para enviar Lázaro para avisar seus irmãos sobre o destino que os aguarda. No entanto, Abraão revela que há um grande abismo intransponível entre eles. Isso nos ensina que, após a morte, não há uma segunda chance para aqueles que rejeitaram Deus em vida. A escolha feita aqui na Terra determina o destino eterno.

Abraão lembra o rico de que seus irmãos têm as Escrituras e os profetas para lhes ensinar. A mensagem é clara: a Palavra de Deus é o caminho para a salvação. Ela revela o plano divino de redenção e nos aponta para Jesus Cristo, o único caminho para a reconciliação com Deus. Aqueles que optam por recusar essa oportunidade de serem salvos estão destinados a viver eternamente sem a presença de Deus.

Assim, Jesus nos adverte nesta parábola, sobre a importância de fazer escolhas que estejam em acordo com a vontade de Deus e de buscar a reconciliação com Ele enquanto temos tempo. A rejeição de Deus e sua oferta de salvação em vida pode resultar em consequências eternas e na falta de esperança de salvação após a morte. Não podemos negligenciar essa realidade e sua gravidade. Precisamos tomar consciência de que nossas escolhas terão um impacto eterno. Portanto como nos ensina as Escrituras: "Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração..." (Hb 3. 15). Hoje é o dia da Salvação!


Por que Jesus foi tentado no deserto?

 


Vez e outra me deparo com alguns ensinos nocivos a fé cristã. O último agora, por exemplo, foi alguém em sua pregação afirmar que: "Jesus Cristo, foi tentado no deserto por que Deus não confiava nele". 

Confesso que isso perturbou minha alma. Então, estou escrevendo este texto para refutar este ensino e explicar a luz das Escrituras porque Jesus foi tentado no deserto.

JESUS O FILHO CONFIÁVEL DO PAI 

Jesus é o Filho confiável de Deus, enviado dos céus para resgatar seu povo de seus pecados (Jo 3.16; Mt 1.21). Ele é a fonte da nossa confiança em Deus (1Co 3.4), o Autor e Aperfeiçoador da nossa fé (Hb 12.2).

Deus nunca duvidou de seu Filho. No momento do batismo de Jesus, Deus testemunhou sobre ele, declarando: "Uma voz do céu disse: 'Este é o meu Filho amado, que me enche de alegria!'" (Mt 3.7).

Ao examinarmos os Evangelhos, vemos que Jesus cumpriu integralmente a vontade do Pai. Mesmo sendo humano, ele foi tentado, mas não pecou, e não se encontrou nenhuma mentira em seus lábios (1Pe 2.22).

JESUS O VERBO VIVO.

Jesus antes de vir ao mundo estava com o Pai em sua glória (Jo 1. 18; 17.5). Ele é o Verbo de Deus (Jo 1.14). 

Jesus também disse que Ele e o Pai são um, o que significa que Jesus também possui igualmente a natureza divina em toda sua plenitude, Ele é igual o Pai (Jo 10.30). Logo, Jesus também é Deus (Jo 1.1,2, Sl 110.1).

Como Deus, Jesus não pode ser tentado. A Bíblia diz: "Deus não pode ser tentado pelo mal, e a nenhuma pessoa tenta" ( Tg 1. 13). Mas, o verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.14). 

Como homem, Jesus foi tentado, não porque Deus duvidava do seu caráter, mas para ser participante das mesmas aflições humanas, pelas quais tornou-se em nosso Perfeito Salvador (Hb 2.10).

A Bíblia diz: "Por essa razão era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, para se tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel com relação a Deus e fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois visto que ele próprio agora já passou pelo sofrimento e pela tentação, quando sofremos e somos tentados, ele sabe como é isso, e assim é capaz de nos ajudar" (Hb 2. 17,18).

De acordo com as Sagradas Escrituras, podemos afirmar, que a finalidade de Jesus ter sido tentado no deserto foi para que Ele conhecesse as fraquezas humanas nas quais somos tentado e assim possa nos socorrer, como alguém que também passou pelas mesmas tentações nas quais somos tentados, assegurando-nos de que temos um Sumo Sacerdote capaz de se relacionar conosco em todas as nossas fraquezas e provações (Hb 2.14-18; 4:15). 

Portanto, este foi o real motivo que a Bíblia nos ensina sobre a tentação de Jesus no deserto. Afirmar que Deus não confiava em Jesus é uma blasfêmia, é dá oportunidade para os heréticos zombarem da nossa fé. Mas Jesus em tudo foi perfeito, como homem ele foi tentado, mas venceu e é poderoso para nos socorrer também. Crer Nele é ter a certeza da nossa vitória.

Jogar futebol é pecado?


"Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração" (Mt 6.31).

O futebol surgiu na China, segundo alguns registros antigos, a quase três mil anos atrás. Da China o futebol saiu para o resto do mundo, mas foi graças aos ingleses que esse esporte se tornou tão popular até os dias de hoje.

O futebol tem seus bônus e ônus. Além de ser um exercício físico, é uma ótima atividade para trabalhar com crianças, adolescentes e jovens na igreja ou em qualquer outro setor comunitário. Olhando por esse lado, é uma ferramenta que pode ser trabalhada para a inclusão social e o evangelismo. Porém, também existe o outro lado, que é dá espaço para que os crentes imaturos na fé, se envolvam em práticas mudanças, como participar de partidas de futebol apostado, se envolver em discussões e brigas de time, frequentar estádios de futebol onde os jogos são mais violentos etc; ou seja, existem uma série de questões a serem consideradas, quando se olha apenas os bônus e não os ônus que o futebol pode oferecer  para a vida do crente. 

Tem crente, que priorizar mais uma partida de futebol que meia hora de culto a Deus, e nunca conheci um crente avivado que não tenha renunciado o amor pelo futebol. 

Entretanto, acredito que o pecado não está em uma bola cheia de ar, mas em nossos corações; um coração convertido jamais renunciará a sua fé por causa de qualquer coisa que lhe afaste da comunhão com Deus, pelo contrário, renunciará ao mundo para viver com Deus.

Então quando o futebol se torna um pecado? 

Respondo. Quando essa atividade se torna um ídolo na nossa vida. Ao ponto de até despertar em nós, um sentimento de rebeldia, caso alguém nos confronte por não concordar com essa prática.

Abaixo elaborei três perguntas, que se respondidas com sinceridade, te ajudará a compreender melhor essa questão.

1. O QUE TE DÁ MAIS SATISFAÇÃO, uma hora de estudo bíblico e oração ou uma partida de futebol?

2. O QUE MAIS TE ALEGRA, falar de Jesus a uma pessoa, ou falar do seu time de futebol?

3. QUEM VOCÊ MAIS ADMIRA, Jesus ou seu jogador de futebol preferido?

Após responder essas três perguntas, recomendo que medite no que escreveu João na sua primeira epístola, no capítulo 2 e versículos 15-17, que nos diz: 

"Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo. Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre". 

Agora pergunte para si mesmo, onde está o teu coração? 

Se o que se apropria do seu coração é o amor pelo futebol, certamente o Reino de Deus não é uma prioridade em sua vida e Jesus não é teu Senhor. Tudo aquilo que tira Deus do centro da nossa vida é pecado. Quem já nasceu de novo entende que o futebol é obsoleto e incompatível com a nossa nova vida em Cristo (1Co 5.17), gostem disso ou não, essa é a verdade. 

Que Deus no seu grande amor te abençoe! Amém.

O Sermão do Monte: Princípios práticos para os súditos do Reino de Deus na terra



No Evangelho de Mateus (Caps. 5-7), encontramos um dos mais importantes discursos de Jesus, conhecido como o Sermão do Monte ou da Montanha. Nele o mestre revela princípios importantes de conduta do Reino de Deus, para os salvos em Cristo. 

POR QUE SERMÃO DO MONTE?

É chamado Sermão do Monte, porque todo o discurso foi feito em um Monte próximo de Cafarnaum, não só aos discípulos, mas a uma grande multidão. Isso demonstra, que o sermão do monte é para todo aquele que crê em Jesus.

Em seu discurso, Jesus expõe os princípios éticos e morais do Reino de Deus, como norma e principal característica dos seus súditos. 

Ao abordar a Lei de Moisés, Jesus também faz uma distinção entre a Antiga Aliança e a Lei da Graça.

O sermão do monte pode ser dividido em sete seções. 

A) As Bem Aventuranças;

B) Cristo, o cumprimento da Lei; 

C) O Salvo como sal e Luz do mundo; 

D) A forma discreta de fazermos o bem e buscarmos a Deus; 

E) A prioridade do Reino de Deus;

F) O cuidado com o julgamento temerário;

G) A identificação dos falsos profetas e; 

H) A importância de obedecermos as palavras de Jesus.


AS BEM AVENTURANÇAS.

Em resumo, as Bem Aventuranças, são características que só os súditos do Reino dos Céus possuem. Que são evidências do novo nascimento, operado pelo Espírito Santo de Deus, na vida dos que crêem em Jesus Cristo.

Ao expor as Bem Aventuranças, Jesus nos revela que os súditos do Reino de Deus, são diferentes das pessoas dos reinos deste mundo e são conhecidos pelas suas virtudes e obediência à lei de Cristo. A obediência a sua Palavra, produz em nós a verdadeira felicidade.

As Bem Aventuranças são: Humildade (Mt 5.3); Contrição (Mt 5.4); Mansidão (Mt 5.5); Retidão (Mt 5.6); Misericórdia (Mt 5.7); Santidade (Mt 5.8); Paz (Mt 5.9); e Fidelidade (Mt 5.10).

Todas as bem-aventuranças resultam em uma recompensa. 


CRISTO, O CUMPRIMENTO DA LEI.

Ao discursar para a multidão no monte, Jesus, simbolicamente, faz uma referência ao monte Sinai, onde Deus deu à nação de Israel sua Lei, por meio de Moisés. Agora, Deus novamente dá ao seu povo uma nova lei, não mais por intermédio de Moisés, mas por meio de seu próprio Filho. Agostinho de hipona sobre isso também assim escreveu:

"Se me perguntarem o que significa esse monte, responderei que pode muito bem representar a superioridade dos preceitos da nova justiça em comparação com a antiga lei judaica. O único e mesmo Deus adaptou-se muito bem ao ordenado curso dos tempos. Por meio de santos profetas e fiéis servidores, deu preceitos menos perfeitos ao povo que convinha ainda sujeitar pelo temor. E por meio de seu Filho, deu outros preceitos muito mais perfeitos ao povo que ele queria libertar pela caridade" (HIPONA Santo A. Patrísticos: O sermão da montanha e escritos de fé, Pág. 21).


CRISTO, O FIM DA LEI.

Quando Jesus disse que não veio abolir a Lei e nem os profetas (Mt 5.17), precisamos entender esse texto, dentro do contexto que Jesus estava falando, pois até aquele momento, de fato, Ele ainda não havia cumprido toda a Lei. Isso só aconteceu com a sua morte na cruz, então, ao cumprir a Lei, foi necessário estabelecer uma Nova Aliança por meio do seu sangue, anunciado anteriormente, pelos santos Profetas.

Por tanto, no Reino de Deus, não há mais lugar para o Antigo Pacto, pois está findou em Cristo (Cl 2.16,17; Ef 2:15; Rm 10.4). Recebemos uma Excelente e Nova Aliança, onde o mediador é Cristo, nosso Senhor (Hb 8:6-13). 

Então deixo aqui um alerta. Muito cuidado ao ler os livros do Antigo Testamento, sem a luz e a interpretação do Novo Testamento, pois muitos tem anulado a obra de Jesus Cristo na Cruz, por não compreenderem que a Antiga Aliança foi dada a Israel e a Nova Aliança foi dada a Igreja, a noiva do Cordeiro.

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A Marca da Besta





O que é a marca da besta? Será uma marca literal ou simbólica? 


Abordar os assuntos proféticos da Bíblia sempre foram um grande desafio. Ainda mais se tratando do livro de Apocalipse. 

Nele está registrado os assuntos mais debatidos de toda a Bíblia, chamando a atenção, até mesmo daqueles que não professam a fé cristã. 

Entre os muitos assuntos obscuros do livro de Apocalipse, esta a marca da besta e uma série de questões que envolve o seu significado.

Nesse artigo procuro apresentar como este assunto foi entendido no decorrer da história da igreja até os dias atuais. Na tentativa de compreendermos a mensagem por trás dos escritos de João.

>>CONHEÇA QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS ESCOLAS DE INTERPRETAÇÃO DO LIVRO DE APOCALIPSE<<


O CULTO IMPERIAL DE ROMA E A MARCA DA BESTA

Olhando para o passado, na época em que o livro de Apocalipse foi escrito. Muitos atribuem a marca da besta, a antiga Roma pagã e ao culto imperial. Que se tornou a principal forma se demonstração de lealdade dos súditos de Roma aos imperadores.

Os únicos isentos de cumprirem esse decreto foram os judeus, enquanto os cristãos foram duramente perseguidos. Diante das constantes ameaças, muitos cristãos foram mortos, e outros foram obrigados abandonarem a fé cristã. 

O culto imperial tinha como objetivo tanto cultuar os imperadores, quanto os seus deuses. Dessa forma, quem não obedecesse tal decreto, era considerado inimigo de Roma. 

Então, seguindo esse raciocínio, a besta, poderia ser tanto um imperador, como também, o próprio império Romano. Todavia, é difícil dizer ao certo, como a marca da besta estaria associada ao culto imperial.

Em um tempo onde se adoravam muitos deuses, marcar o corpo era uma prática  comum, como sinal de devoção e serviço a algum deus. Então, não era difícil encontrar alguém com alguma marca andando pelas ruas naqueles dias. 

No entanto, acredita-se, que alguém recebia a marca da besta, quando aceitava a ideologia pagã do império Romano (marca na fronte) e praticavam o culto imperial imposto por Roma (marca na mão). Portanto, a marca da besta poderia ser entendido como algo simbólico, em vez de literal.

O PAPA E A MARCA DA BESTA

Com a união da igreja e o estado por Constantino,  o Papa e a igreja católica passaram a preencher os requisitos do antigo sistema pagão do império Romano. Sendo considerado portanto, pelos reformadores protestantes, como a besta descrita no capítulo 13 de Apocalipse. Os principais defensores dessa linha de interpretação são os amilenistas historicistas.

Portanto, por meio da interpretação simbólica, muitos afirmam que a marca da besta seria a aceitação e o trabalho para a expansão do sistema idólatra imposto pela igreja católica durante esses longos anos de ascensão ao poder e não uma marca literal ou física.

Para os Adventista do Sétimo Dia, a Besta de Apocalipse 13 é o sistema papal romano que nos últimos dias, irá instituir o Domingo como o dia de adoração; desta forma, o domingo será a marca da Besta, enquanto o Sábado será a marca de Deus.

OS BLOCOS ECONÔMICOS MUNDIAIS E A MARCA DA BESTA.

A terceira linha de interpretação, sugere que a besta será formada pela união dos países mais ricos do mundo, que centralizarão o poder político, econômico e militar para criar um único governo mundial com um líder e uma religião única. Isso pode resultar em um sincretismo religioso, no qual o governo mundial e seu representante serão o principal objeto de adoração, e com tantos avanços tecnológicos, é possível que a marca da besta seja um dispositivo implantado no corpo humano, capaz de armazenar informações pessoais e bancárias e controlar a compra e venda de produtos, como um microchips ou um Qrcodes. No entanto a verdade é que só saberemos de fato o que é a marca da besta, quando o Anticristo se revelar.

Todavia, independente de como ou o que pode ser a  marca da besta, o alerta de Deus para o seu povo é: "...Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na fronte, ou na mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se acha preparado sem mistura, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, nem aquele que recebe o sinal do seu nome" (Ap 14.9-11).

Paz seja convosco!


Métodos de interpretação do Livro de Apocalipse.





Considerado um dos mais difíceis livros da Bíblia para se interpretar, o livro de Apocalipse desperta curiosidades e temor, por boa parte dos seus leitores. 

É um livro profético, que contém uma linguagem textual marcada por figuras e símbolos, o que dificulta a compreensão de alguns assuntos apresentados pelo autor.

Por isso, diversos método de interpretação, tem surgido, no decorrer da história da igreja, o que veremos a seguir. 

Já de antemão, podemos dizer que cada método apresenta uma abordagem diferente da outra, o Preterismo, interpreta o Livro de Apocalipse olhando o passado, o Futurismo olhando o futuro, o Historicismo o presente e o Idealismo é atemporal, isto é, as profecias do Apocalipse não estão ligados a eventos históricos, por isso precisa ser entendido, apenas de maneira simbólica ou espiritual.


MÉTODO PRETERISTA

Preterismo é uma palavra que vem do latim, "Preter" que significa, passado.

Surgiu no ano de 1547, tendo como autor John Hentenius, no entanto, ganhou destaque depois que um jesuíta português, conhecido como Luís de Alcazar, que viveu entre 1554 a 1613, expôs sistematicamente a visão preterista, ao escrever um comentário de noventa páginas do livro de Apocalipse, entitulado "Investigação do Sentindo Oculto do Apocalipse" (em latim Vestigatio arcani sensus em Apocalypsi), com o objetivo de defender a Igreja Católica e o Papa, das intensas acusações dos protestantes que o acusavam de ser o Anticristo e a Igreja católica, a grande Babilônia de Apocalipse.

 O que agradou a igreja católica, beneficiando-a no debate com o método historicista protestante.

Em resumo Alcasar defendeu que: 

A) Apocalipse 4-11, trata da perseguição judaica contra os cristãos primitivos e da ruina da nação judaica. 

B) Apocalipse 12-19, resume a fundação da Igreja, a queda da Roma pagã, e a conversão do império ao cristianismo. Por isso, a Roma pagã é a besta, e Constantino é o anjo que prende Satanás, e;

C) O Milênio começou no reino de constantino e se estenderá até à vinda do Anticristo; e a Nova Jerusalém é a Igreja Católica Romana. 

Como o Preterismo chegou nas igrejas protestante

No meio protestante o Preterismo foi primeiro aceito por Hugo Grotius, protestante holandês e depois pelo inglês Henry Hammond (1653), simpatizante dos escritos de Grotius que procurava aproximar católicos e protestante, afim de amenizar os conflitos existentes entre os dois lados.

Apesar de outros escritores ingleses seguirem uma linha de pensamento interpretativo parecido com a visão preterista, de algumas profecias bíblicas, só em em 1730, os pilares deste método foram finalmente concluídos, graças ao francês protestante chamado Firmin Abauz.

A obra preterista mais antiga dos EUA, se chama "O Segundo Advento do Senhor Jesus Cristo: Um Evento Passado" , escrito por Robert Townley, em 1845. 

Preteristas Moderados e Radicais

O Preterismo esta dividindo em dois grupo: 

a) Preterismo Moderado ou parcial e,

b) Preterismo Radical (ou Hiperpreterismo), também chamado de Preterismo pleno.

A principal diferença entre essas duas correntes, consiste no fato do Preterismo Moderado, crer que algumas profecias de Apocalipse, ainda vão se cumprir, como a segunda vinda de Jesus, a ressurreição dos mortos, e o juízo final.  

Segundo seus defensores as profecias do livro de Apocalipse foram cumpridas até Apocalipse 19.

Já o Preterismo Radical, defende que tudo já se cumpriu com a destruição de Jerusalém (70 d.C), e depois na queda do Império Romano. 

São tão extremos em seu modo de pensar, que até negam a segunda vinda de Jesus, e que o livro de Apocalipse tenha alguma mensagem que possa ser aplicada à igreja nos dias de hoje.

Em resumo, segundo o Preterismo, o livro de Apocalipse não aponta para o futuro, mas segue o contexto histórico em que foi escrito, cujo o propósito era fortalecer e encorajar a igreja do primeiro século, seguindo esse ponto de vista, o Preterismo nega o caráter profético do livro de Apocalipse.

Apesar de alguns preterista moderados se dobrarem a eventos que ainda não aconteceram do livro de Apocalipse, o outro grupo, os preteristas radicais, são heréticos pois negam importantes fundamentos da nossa fé cristã e a esperança gloriosa da segunda vinda de Jesus e o nosso encontro com Ele nas nuvens.

MÉTODO FUTURISTA 

Esse método era a visão escatológica primordial dos primeiros pais da igreja. 

Diversos registros históricos revelam que do primeiro até o segundo século da igreja, nenhum dos pais da igreja discordaram da crença de um reinado visível de Cristo em glória na Terra, com os santos ressuscitados, por mil anos, antes da segunda ressurreição e do julgamento.

Bispos como Aristio, João o Presbítero, Clemente de Roma, Barnabé, Hermas, Inácio, Policarpo, Papias, Potino, Justino Mártir, Melito, Hegisippus, Taciano, Irineu, Tertuliano e Hipólito, defendiam uma das confissões mais antiga da igreja primitiva, a crença no milênio literal. 

Sem dúvida, eles foram as primeiras vozes da visão escatológica que ficou conhecida como Pré-milenismo.

COMO SURGIU O AMILENISMO.

Entre o terceiro e quarto século da igreja, influenciados pela filosofia grega, a visão futurista Pré-milenista, meio que foi deixada de lado, com a chegada do método alegórico de interpretação das Escrituras. 

O método alegórico teve origem em Alexandria, e o primeiro a defender esse ponto de vista foi Clemente de Alexandria (150-215 d.C), depois seu discípulo Orígenes (185-254 d.C.) e outros, que influenciados pela hermenêutica alegórica e filosofia grega (dualismo platônico), reinterpretaram as profecias bíblicas como uma realidade espiritual e não algo literal como ensinavam os pais da igreja do primeiro século.

Seguindo a influência filosófica dos seus antecessores Alexandrinos, Agostinho de Hipona, também contribuiu com o detrimento da visão futurista na idade média, ao desenvolver sistematicamente o Amilenismo, passando a ensinar o oposto do Pré-milenismo.

Segundo Agostinho, o milênio apontava para a história da igreja na terra, e não como um reinado físico e literal de Jesus na terra com duração de mil anos.

Tal sistema foi bem aceito pela igreja Católica, ao ponto de na Idade Média, o milenismo futurista ser quase extinto pelos teólogos católicos, que promoviam  o seu sistema religioso, afirmando que o reino messiânico do qual a Bíblia falava, havia se cumprido com o surgimento do governo dos pontífices da Igreja Católica Apostólica Romana.

POR QUE ALGUNS PROTESTANTES  NÃO ACEITAM O MÉTODO FUTURÍSTICO?

A principal razão foi o comentário de 500 páginas do livro de Apocalipse, entitulado "In Sacrum Beati Ioannis Apostoli, & Evangelistia e Apocalypsin Commentarii", escrito por um teólogo jesuíta, chamado Francisco Ribera (1537-1591). 

Que apresentou uma interpretação Futurista parcial do livro de Apocalipse.

Conforme escreveu Ribeira, os primeiros capítulos de Apocalipse se referiam a profecias que já se cumpriram no passado, e o restante se referia a três anos e meio literais no final dos tempos, onde o  Anticristo seria um Judeu e não o Papa.

Os escritos de Ribeira foi contestados pelos protestantes, que entenderam seu posicionamento como uma forma de defender a igreja católica das acusações feitas pelos teólogos historicistas reformados, que identificavam o Papa, com o Anticristo do livro de Apocalipse.

Assim, a visão futurista foi rejeitada pelas primeiras igrejas protestantes, que seguem a linha de interpretação historicistas, uma herança da Reforma Protestante.

ORIGEM DO DISPENSACIONALISMO

Em 1790, Manuel De Lacunza (1731-1801), um teólogo Jesuíta espanhol, escreve uma importante obra seguindo a visão futurista, entitulada, A Vinda do Messias em Majestade e Glória.

Apesar dos esforços de Lacunza, sua obra foi duramente combatida pela Inquisição da Igreja Católica, que não compactuava com a sua visão escatológica. Motivo talvez, pelo qual ele tenha usado um pseudônimo de rabino Juan Josaphat Ben-Ezra no seu livro.

No entanto, sua obra ganhou destaque entre os protestantes, depois que foi traduzido para o inglês, graças ao reverendo Edward Irving, fundador da Igreja Católica Apostólica de Londres.

Sua visão escatológica, contribuiu para o surgimento do Dispensacionalismo de Jhon Darby e  Cyrus Ingerson Scofield (1843-1921). Que se tornou muito popular no século 19.

Foi graças ao Dispensacionismo, que o método futuristico voltou a ser aceito pela maioria das igrejas evangélicas até os dias de hoje.

Dessa forma podemos dividir os futuristas em dois grupos.

A) Os Pré-milenistas Clássicos, e;

B) Os Dispensacionalistas.

Ambos crêem no Milênio literal, a diferença esta na ordem dos eventos futuros que antecedem o Milênio. Por exemplo:

A) Os Pré-Milenistas crêem que não haverá duas fases distintas na vinda de Jesus e que a igreja passará sim, pela grande tribulação ou pelo menos metade dela.

B) Já  os Dispensacionalistas crêem que Jesus virá em duas fases distintas e que a igreja não passará pela grande tribulação.


MÉTODO HISTORICISTA

Como o próprio nome já diz, é o método que interpreta o livro de Apocalipse, ligando suas profecias com os eventos que surgem no decorrer da história da igreja cristã. 

Para os historicistas muitas das profecias bíblicas, já se cumpriram, algumas estão se cumprindo e outras irão se cumprir. 

Seguindo esse método de interpretação, o livro de Apocalipse é apresentado como uma fonte de conhecimento prévio da história da igreja e dos eventos que antecedem a segunda vinda de Jesus.

ORIGEM

O primeiro documento que expõe o método historicista, é atribuído ao Bispo Vitorino de Pettau (270-303 d.c). Seu trabalho consiste em um breve comentário sobre o livro de Apocalipse. Boa parte de seus pensamentos ainda são mantido dentro de alguns círculos de estudo historicistas.

Aparentemente, Vitorino seguia a mesma linha de interpretação alegórica das profecias bíblicas, de seu contemporânea, Orígenes, e por isso passou também a condenar os pré-milenistas. 

Suas obras, foram condenadas pelo Decreto Papal Gelassiano (Decretum Gelassianum: de libris recipiendis et non recipiendis), e boa parte de seus escritos se perderam com o tempo, exceto o Comentário sobre o livro de Apocalipse e um tratado sobre a criação do mundo.

A REFORMA PROTESTANTE

Com a chegada da Reforma Protestante no século XVI, o método historicista foi bem aceito e desenvolvidos pelos teólogos protestantes.

Que viam nesse método, uma ótima forma para atacarem o sistema papal da Igreja Católica Apostólica Romana, visão que pendurou logos anos na história das igrejas protestantes, até a chegada do Dispensacionalismo. 

Martinho Lutero, João Calvino, Thomas Cranmer, John Thomas, John Knox e Cotton Mather, foram defensores ferrenhos dessa linha de interpretação.

Conforme as mudanças que surgiram no cenário mundial, novas interpretações também surgiram, mas com o mesmo padrão dos métodos históricos anteriores, onde o Papa é o anticristo, o Vaticano é a Babilônia e igreja católica é a igreja apóstata dos últimos dias.

MOVIMENTOS QUE SURGIRAM APARTIR DO MÉTODO HISTÓRICO.

Usando o método historicista, muitos já tentam prever a data do fim do mundo. Como o americano, William Miller, da Igreja Batista, que propôs que o fim do mundo ocorreria em 22 de outubro de 1844, com base em um modelo historicista usado com Daniel 8:14. Movimento que ficou conhecido como Millerismo. 

Após o Grande Desapontamento, diversos grupos de estudos das profecias bíblicas, surgiram, seguindo o modelo historicista. Como os Adventista do Sétimo Dia e os Testemunhas de Jeová.

O método histórico enfraqueceu na metade do século 19, quando o método interpretação literalista, passou a ganhar notoriedade nos estudos das profecias bíblicas, dando origem ao pré-milenismo Dispensacionalista.  

Mas ainda hoje, o método histórico é mantido nas igrejas reformadas e grupos como os Adventistas e os Testemunhas de Jeová.

MÉTODO IDEALISTA 

O método de interpretação idealista busca compreender e interpretar o significado do livro de maneira simbólica e alegórica. Ao contrário de uma interpretação literal ou histórica, os idealistas veem o Apocalipse como uma narrativa cheia de símbolos e imagens que representam princípios espirituais e verdades universais.

Os idealistas acreditam que o propósito do Apocalipse é transmitir uma mensagem espiritual profunda e atemporal, em vez de predizer eventos específicos no futuro. Eles entendem que o livro retrata a batalha entre o bem e o mal, apresentando uma visão panorâmica das lutas espirituais enfrentadas pelos seguidores de Cristo em qualquer período histórico.

Na interpretação idealista, os símbolos e as imagens presentes no Apocalipse são entendidos como representações abstratas de verdades espirituais e princípios morais. Em vez de interpretar esses símbolos de forma literal, eles são vistos como veículos para comunicar mensagens espirituais mais profundas e universais.

Uma das principais ênfases do método idealista é destacar a vitória de Cristo sobre as forças do mal. Os idealistas veem o Apocalipse como uma narrativa que culmina na derrota final do mal e no estabelecimento do reino eterno de Deus. Eles acreditam que o livro oferece encorajamento e esperança aos cristãos, lembrando-os de que, apesar das tribulações e desafios, a vitória final pertence a Cristo.

Ao adotar o método idealista, os estudiosos do Apocalipse buscam entender a mensagem espiritual e teológica subjacente ao livro. Eles exploram os símbolos e as imagens em busca de significado espiritual e aplicabilidade à vida dos crentes em diferentes épocas e contextos históricos.

Abaixo estão alguns aspectos críticos associados a essa abordagem:

1. Perda da historicidade: Ao enfatizar a interpretação simbólica e alegórica, o método idealista tende a negligenciar a dimensão histórica do Livro de Apocalipse. Isso pode levar à desconsideração dos eventos históricos e contextos específicos nos quais o livro foi escrito. Como resultado, algumas informações valiosas podem ser perdidas ou subestimadas.

2. Interpretações subjetivas: A natureza simbólica do método idealista pode abrir margem para interpretações subjetivas e diversas. Diferentes estudiosos podem atribuir significados diferentes aos mesmos símbolos, o que pode levar a conclusões divergentes e até mesmo conflitantes. Isso pode dificultar a obtenção de uma interpretação objetiva e consensual do livro.

3. Falta de especificidade: A interpretação idealista, ao enfatizar a mensagem espiritual e moral, muitas vezes deixa de lado a questão da especificidade das profecias. A ausência de uma conexão direta entre os símbolos e eventos específicos pode dificultar a aplicação precisa das profecias à realidade histórica.

4. Tendência à alegorização excessiva: Alguns críticos argumentam que o método idealista tende a alegorizar quase todos os aspectos do Apocalipse, o que pode levar à perda de referências literais ou históricas importantes. Essa alegorização excessiva pode diminuir a capacidade do livro de fornecer orientação prática e aplicável para a vida cotidiana dos crentes.

5. Descarte de uma perspectiva escatológica: A abordagem idealista, por sua ênfase na mensagem espiritual e universal, pode negligenciar a dimensão escatológica do Apocalipse. Ao interpretar os eventos como lutas simbólicas entre o bem e o mal, pode-se perder de vista a esperança na consumação final dos tempos e a expectativa da segunda vinda de Cristo.